Ray Charles
Ray Charles Robinson, o famoso Ray Charles, nasceu no dia 23 de setembro de 1930 em Albany, nos Estados Unidos. Ele foi o cantor e pianista responsável por misturar o gênero gospel da igreja negra com o blues, gerando o reconhecido estilo soul da música americana.
A infância do artista foi difícil. Seu irmão, George, morreu afogado na banheira quando tinha apenas 4 anos. A mãe tinha de lavar roupa para completar a renda. Aos 6 anos, Charles perdeu a visão por completo. Suspeita-se que ele tenha sido vítima de glaucoma – aumento de pressão dentro dos olhos.
Passou a frequentar a Escola Para Cegos e Surdos de Santo Agostinho, em St. Augustine, na Flórida. Foi lá que o músico aprendeu a tocar diversos instrumentos e se destacou com o piano. Neste período, também passou a ler e escrever músicas em Braille. Depois de completar 15 anos, ainda na Escola, a mãe de Ray faleceu. Ele foi embora para Jacksonville, onde iniciou carreira na música.
Após tocar em duas bandas, aproveitou o dinheiro que havia juntado e se mudou para Seattle. Na cidade, decidiu que seu nome artístico seria apenas Ray Charles para não ser confundido com o boxeador Sugar Ray Robinson. Também foi nessa época que o cantor se envolveu com heroína e ficou viciado na droga.
O músico se tornou reconhecido em 1952, quando assinou contrato com a gravadora Atlantic Records e gravou a canção “I Got A Woman”. Ray passou a transformar as composições de gênero gospel em letras que saíam diretamente de sua alma. Certa vez, ele declarou: “Eu fui bastante bombardeado porque algumas pessoas achavam que eu era uma espécie de abominação da igreja. Mas aí as pessoas começaram a perceber. ‘O homem apenas está cantando o que ele sente. Ele tem que cantar do jeito que ele sente'. Foi aí que eu parei de tentar cantar como os outros”.
Em 1957, Ray lançou seu primeiro álbum, nomeado Ray Charles. O disco se destacou com os sucessos dos hits “Drown In My Own Tears”, “A Fool For You” e “Maryann”, além da já conhecida “I Got A Woman”. O mesmo disco foi relançado em 1962, com o título Hallelujah I Love Her So. O artista contava com um coral feminino em suas gravações, chamado Raelettes.
Tendo deixado a Atlantic Records para fechar contrato com a gravadora ABC, em 1959, o cantor estreou a faixa “Georgia On My Mind” – que foi escolhida como canção oficial do estado norte-americano da Geórgia. Esta foi uma das maiores alegrias na vida do também compositor.
Entre tantos álbuns lançados por Ray Charles, é importante ressaltar a relevância do disco Modern Sounds In Country And Western Music, de 1962. O trabalho foi gravado junto a uma orquestra que comportava 18 instrumentos. Sem dúvida, o single “I Can't Stop Loving You” foi o grande destaque do projeto e um dos maiores da carreira de Charles. A música passou dezesseis semanas no topo das paradas R&B e cinco nos rankings pop. A canção ainda venceu um Grammy na categoria de Melhor Gravação R&B.
Depois de tanto reconhecimento, em 1964 o uso de heroína – que já durava 15 anos – tornou-se público quando ele foi preso, em Boston, por posse da droga. O artista decidiu, então, interromper as turnês para se livrar do hábito. Ao retornar, passou a desenvolver faixas com estilo mais pop – isso não lhe trouxe o mesmo prestígio que ganhara nos anos anteriores.
O último álbum do músico foi lançado em 2002, intitulado Ray Charles Sings For America. Estreado um ano depois do atentado contra as Torres Gêmeas, em Nova Iorque, a coletânea contou com duas canções inéditas: “Ray Reflects On America” e “God Bless America Again”.
Ao todo, cerca de 60 discos foram divulgados com músicas de Ray Charles. Ele faleceu em 2004, aos 73 anos, após sofrer com uma doença no fígado. O grande nome do gênero soul partiu, mas deixou um legado eterno ao mundo da música. Ele foi vencedor de 12 Grammys ao longo da carreira.
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