A Música Perde um Gigante: Quincy Jones Morre aos 91 Anos
Relembre sua trajetória de superação e genialidade que marcou para sempre a indústria musical
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O lendário produtor musical Quincy Jones morreu neste domingo (03), aos 91 anos, em Bel-Air, Califórnia, cercado por familiares. A notícia foi confirmada por seu assessor, Arnold Robinson, embora a causa da morte não tenha sido divulgada. Símbolo de resiliência e superação, Jones transcendeu adversidades para se tornar um dos nomes mais respeitados e influentes da indústria musical. Nascido na Chicago dos anos 1930, em meio à pobreza e à violência, ele transformou sua realidade para construir um legado que atravessa gerações, sendo um exemplo do poder da arte em inspirar e conectar pessoas em todo o mundo.
Sua jornada começou em circunstâncias desafiadoras, mas seu encontro com um piano abandonado aos poucos mudou o curso de sua vida. Ao tocar as teclas desse instrumento solitário, Quincy encontrou sua voz e sua paixão pela música. Esse momento revelador foi o catalisador para sua jornada em direção ao estrelato musical.
Aprimorando suas habilidades como multi-instrumentista, com o trompete como seu instrumento principal, Quincy mergulhou no mundo do jazz desde novo. Aos 14 anos, ele já circulava entre os gigantes do jazz, como Count Basie e Clark Terry, e aos 18 ingressou na banda de Lionel Hampton, onde sua genialidade musical começou a brilhar.
Sua ascensão meteórica como produtor e arranjador não passou despercebida. Aos poucos, Quincy se estabeleceu como uma figura influente na indústria musical, colaborando com lendas como Lesly Gore, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong e Sarah Vaughan. Sua produção do álbum "For Those in Love" de Dinah Washington, contra a vontade da gravadora, solidificou sua reputação como um visionário musical.
Mas Quincy não se limitou ao estúdio. Ele se aventurou no mundo do cinema, produzindo trilhas sonoras marcantes, como a de "A Cor Púrpura", dirigida por Steven Spielberg. Sua colaboração com Michael Jackson resultou em alguns dos álbuns mais icônicos da história da música pop, incluindo "Off the Wall" “Bad” e "Thriller", este último, o álbum mais vendido de todos os tempos.
"Q", como era conhecido, sempre foi um profissional atento e foi um dos primeiros a compreender os movimentos musicais e comportamentais que se formavam durante o início da massificação da imagem e do som. Com alguns baixos e muitos altos, construiu uma carreira fenomenal: gravou mais de 300 álbuns e 2.900 músicas; fez 51 trilhas de filmes e programas de televisão; foi indicado 79 vezes e ganhou 27 prêmios Grammy; também levou os prêmios Oscar, Emmy e Tony.
No entanto, o legado de Quincy vai além de sua genialidade musical. Ele foi um defensor apaixonado de causas humanitárias, liderando projetos como "We Are the World", que arrecadou milhões para combater a fome na África. Nesta gravação, era muito talento junto, pouquíssimo tempo para gravação, energia criativa transbordando e pressão nas alturas — uma combinação com potencial de se transformar em bomba-relógio e colocar em risco todo o projeto. Cabia ao produtor, arranjador e compositor Quincy desarmar aquela bomba e garantir que vaidades pessoais não ofuscassem um provável hit global. Jones era um general com uma missão; os artistas eram seu exército.
Gigantes da música internacional Lionel Richie, Bruce Springsteen, Ray Charles, Diana Ross, Stevie Wonder, Bob Dylan, Paul Simon, Tina Turner e outros- se juntaram para a gravação de “We Are The World”. E na porta do estúdio, Jones escreveu um recado para os cantores numa folha de papel sulfite: Check your ego at the door (“Deixe seu ego na porta”). Sua influência transcende o mundo da música, sendo reconhecido e celebrado por líderes mundiais e colegas artistas.
Com essas e outras conquistas, Jones se tornou mais do que uma lenda da música; ele é um símbolo de resiliência, determinação e compromisso com a excelência. Seu impacto duradouro continua a inspirar e influenciar músicos e amantes da música em todo o mundo. Sua vida é um lembrete poderoso do poder transformador da música e do potencial ilimitado do espírito humano.
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