Ações da Oi disparam após fim de recuperação judicial
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Por Gabriel Araujo e Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Oi saltavam na bolsa nesta quinta-feira após a Justiça encerrar o processo de recuperação judicial de mais de seis anos da empresa de telecomunicações, tida como 'campeã nacional' no setor durante os anos dos governos do PT.
A Oi, que já chegou a ter ativos em Portugal e na África, fez em 2016 o maior pedido de recuperação judicial do Brasil até então sob peso de cerca de 65 bilhões de reais em dívidas.
Desde então, a empresa tem promovido um plano de reorganização de suas operações que incluiu venda de sua operadora de telefonia móvel para as três maiores rivais - Telefônica Brasil, Claro e TIM - por 16,5 bilhões de reais.
Às 12h42, as ações PN da Oi disparavam 63%, para 0,72 real. Os papeis ON mostravam ganho de cerca de 47%, a 0,25 real.
O encerramento do processo de recuperação judicial foi decretado pela 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro na noite da véspera.
A equipe da Genial Investimentos escreveu que a notícia é positiva, mas que, ainda assim, segue enxergando uma companhia 'debilitada financeiramente'.
'Mesmo com a redução significativa da dívida bruta, (a Oi) ainda deve ter prejuízos pelo resultado financeiro negativo, com apenas um ativo promissor capaz de gerar caixa', escreveram os analistas, em referência a uma participação minoritária na empresa de fibra ótica V.tal.
A Guide Investimentos também citou que, apesar de ter sido adiada várias vezes, a conclusão da recuperação judicial ainda não resolveu toda a dívida da empresa.
'A companhia ainda tem cerca de 22 bilhões de reais em dívidas e credores podem legalmente cobrar o pagamento após o fim da conclusão da recuperação judicial', disse o analista Gabriel Araujo Garcia.
A Oi acumulou até o final de setembro prejuízo líquido de 1,6 bilhão de reais em 2022, uma queda ante os 6,7 bilhões negativos registrados no mesmo período de 2021. O caixa disponível caiu 13%, a 3,6 bilhões.
(Por Gabriel Araujo e André Romani)
Escrito por Reuters
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