Advogados de Ghosn vão monitorar telefonemas e câmeras de vigilância antes de julgamento
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Por Mayuko Ono e Tim Kelly
TÓQUIO (Reuters) - O ex-chefe da Nissan Carlos Ghosn saiu da cela de prisão japonesa onde passou 108 dias depois de pagar fiança de 9 milhões de dólares, mas terá que viver com uma série de restrições enquanto aguarda um julgamento que pode demorar um ano.
Como parte do acordo de fiança acertado por sua nova equipe jurídica no mês passado, Ghosn está proibido de acessar a internet e emails, e só pode usar um computador sem conexão com a rede no escritório de um de seus advogados.
Ghosn, que tem cidadania francesa, brasileira e libanesa, foi indiciado por quebra de confiança e por ter informado ganhos inferiores aos de seu salário. Ele precisará pagar pela instalação de câmeras de vigilância na entrada de sua residência de Tóquio.
As imagens serão vistas por membros de sua equipe legal, e seus registros serão enviados ao Tribunal Distrital de Tóquio, disse o renomado advogado de defesa de Ghosn, Junichiro Hironaka.
'As câmeras serão instaladas onde podem monitoram quem entra e sai. Não são para registrar a vida cotidiana de Ghosn', explicou Hironaka, que é reconhecido devido aos muitos casos de destaque que ganhou em um país cujo índice de condenação é de 99,9 por cento.
Hironaka disse que ele e seus colegas farão rodízio no monitoramento.
'Uma pessoa não dá conta, então dividiremos entre os escritórios dos três advogados de defesa', disse.
Os telefonemas de Ghosn também serão registrados por sua equipe legal e entregues à corte, segundo Hironaka. O telefone manterá os registros mesmo que seu cliente tente apagá-los, disse.
Não ficou claro de imediato como a proibição do uso de internet será aplicada.
Se Ghosn violar qualquer uma destas condições, as cortes podem mandá-lo de volta à prisão e confiscar sua fiança de 9 milhões de dólares, tornando arriscado tentar driblar as regras.
O Tribunal Distrital de Tóquio não quis comentar como as restrições serão monitoradas.
Ghosn também está proibido de deixar o Japão, o que muitos esperavam, mas tem que permanecer na capital. Ele precisa de permissão da corte se quiser sair de casa por mais de duas noites.
Ghosn teve seu pedido de fiança negado duas vezes quando estava sob os cuidados de outra equipe legal, que propôs que ele usasse um monitor de tornozelo com GPS, por se temer que ele tentasse fugir ou destruir provas.
Escrito por Thomson Reuters
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