Alemanha reforça controles em todas as fronteiras como repressão à imigração
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BERLIM (Reuters) - O governo da Alemanha anunciou planos para impor controles mais rígidos em todas as fronteiras terrestres do país, no que chamou de uma tentativa de combater a imigração irregular e proteger o público de ameaças como o extremismo islâmico.
Os controles começarão em 16 de setembro e durarão inicialmente seis meses, informou o Ministério do Interior em um comunicado nesta segunda-feira.
Eles fazem parte de uma série de medidas que a Alemanha tomou para endurecer sua postura em relação à imigração irregular nos últimos anos, após um aumento no número de chegadas, principalmente de pessoas que fogem da guerra e da pobreza no Oriente Médio.
O governo do chanceler Olaf Scholz está tentando recuperar a iniciativa em um tema caro à oposição de extrema-direita e dos conservadores, que têm visto o apoio aumentar conforme focam nas preocupações dos eleitores em relação aos serviços públicos, à integração e à segurança.
'Estamos fortalecendo a segurança interna e mantendo nossa linha dura contra a migração irregular', disse a ministra do Interior, Nancy Faeser.
Os recentes ataques mortais com facas, nos quais os suspeitos eram solicitantes de asilo, aumentaram as preocupações com a imigração. O grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por um ataque com faca na cidade de Solingen, no oeste do país, que matou três pessoas em agosto.
No início deste mês, o AfD se tornou o primeiro partido de extrema-direita desde a Segunda Guerra Mundial a vencer uma eleição estadual, na Turíngia, após fazer uma campanha intensa sobre a questão da migração.
Pesquisas mostram que essa também é a principal preocupação dos eleitores no Estado de Brandemburgo, que deverá realizar eleições em duas semanas.
Os social-democratas (SPD) de Scholz e Faeser, de centro-esquerda, estão lutando para manter o controle do governo no Estado, em uma votação anunciada como um teste de força do SPD antes das eleições federais do próximo ano.
'A intenção do governo parece ser mostrar simbolicamente aos alemães e aos migrantes em potencial que estes últimos não são mais desejados aqui', disse Marcus Engler, do Centro Alemão de Pesquisa sobre Integração e Migração.
(Reportagem de Andreas Rinke, Sarah Marsh e Alexander Ratz)
Escrito por Reuters
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