Alemanha e Chile lançam clube para ajudar países em desenvolvimento a reduzir emissões industriais
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Por Kate Abnett
BRUXELAS (Reuters) - Alemanha e Chile planejam lançar, na cúpula climática COP28 da próxima semana, um clube de governos para ajudar os países em desenvolvimento a investir na descarbonização de indústrias com a siderurgia e a fabricação de cimento, segundo um documento visto pela Reuters.
A medida surge semanas depois que a União Europeia lançou a fase de teste de seu imposto de fronteira para o carbono que, a partir de 2026, taxará as importações de aço e cimento com uso intensivo de CO2 para a Europa, uma política que tem causado inquietação entre os parceiros comerciais.
O 'clube do clima' da Alemanha e do Chile pode tentar acalmar essas preocupações.
Os parceiros lançarão uma plataforma para conectar países emergentes e em desenvolvimento com financiamento e suporte técnico de governos e do setor privado para descarbonizar indústrias, de acordo com uma declaração preliminar vista pela Reuters.
A declaração deve ser publicada em 1º de dezembro durante um evento de lançamento na COP28, em Dubai.
'Em setores difíceis de serem abatidos, a começar pelo aço e pelo cimento, promoveremos estruturas políticas favoráveis para acelerar a descarbonização', diz a declaração.
Isso incluirá a tentativa de coordenar padrões internacionais do setor verde, por exemplo, para contar as emissões em produtos industriais, acrescentou.
O Ministério da Economia e do Clima da Alemanha não respondeu a um pedido de comentário. Um porta-voz do Ministério do Meio Ambiente do Chile disse que o clube 'reforça a importância do multilateralismo e do trabalho conjunto em busca de soluções'.
Berlim, que realizou uma reunião inicial de membros em maio para determinar os objetivos do clube, vem angariando apoio entre governos e instituições financeiras.
Um site do clube lista 33 membros - incluindo Estados Unidos, Argentina, Austrália, Canadá, Colômbia, Egito, União Europeia, Indonésia, Japão, Quênia, Moçambique, Marrocos, Ucrânia e Reino Unido.
Índia e China não aderiram até o momento. A China, o maior exportador de aço do mundo, criticou o imposto da UE, que considera uma barreira ao comércio.
A Índia planeja apresentar uma reclamação à Organização Mundial do Comércio sobre a medida. A Comissão Europeia afirma que a política foi criada para cumprir as regras da OMC.
Escrito por Reuters
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