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Alta em nota de crédito do país abre caminho para redução de prêmio de risco, dizem fontes da Fazenda

Placeholder - loading - Edifício do Ministério da Fazenda, em Brasília 14/02/2023 REUTERS/Adriano Machado
Edifício do Ministério da Fazenda, em Brasília 14/02/2023 REUTERS/Adriano Machado

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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - A elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody's evidencia que o prêmio de risco na curva de juros local não reflete os fundamentos do país e, portanto, deve ser reduzido, disseram autoridades do Ministério da Fazenda à Reuters nesta quarta-feira.

Após a elevação, na terça-feira, do rating do Brasil para Ba1, de Ba2, deixando o país a apenas um nível de recuperar o grau de investimento, o dólar abriu a sessão desta quarta em queda de 1% frente ao real.

Enquanto isso, os juros futuros estavam sendo negociados em baixa, embora ainda acima de 12% para vencimentos mais longos -- níveis que muitos economistas consideram altos e insustentáveis no longo prazo.

Falando sob condição de anonimato, uma autoridade do ministério disse que a ação da Moody's, tomada em meio a forte ceticismo do mercado sobre a perspectiva fiscal do Brasil refletido nos preços dos ativos, ajudaria a restaurar a normalidade.

“A mudança, com ‘outlook’ positivo, começará a estimular entrada de não residentes que sempre se antecipam ao grau de investimento”, disse.

“Ficando crível que recuperaremos a nota em 2026, em 2025 o movimento deve se acentuar.”

Uma segunda autoridade observou que o atual pessimismo do mercado reflete o que é frequentemente uma visão “ideológica” das finanças públicas sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Autoridades da Fazenda têm constantemente enfatizado que o Brasil continua comprometido com o cumprimento da meta de eliminar seu déficit primário neste ano e no próximo, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB).

O azedamento do mercado se intensificou recentemente em meio a medidas do governo consideradas controversas na contabilização de isenções fiscais e novas receitas, o que levantou preocupações entre especialistas sobre a credibilidade do novo arcabouço fiscal do país e a trajetória de endividamento público.

A dívida bruta do Brasil aumentou 4,1 pontos percentuais no acumulado deste ano, chegando a 78,5% do PIB em agosto.

Na terça-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o prêmio de risco da curva de juros no Brasil parecia “exagerado” em comparação com seus pares, cujas economias também não estão gerando superávits primários.

Escrito por Reuters

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