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Alvaro Dias diz que, se eleito, mudará política de preço dos combustíveis da Petrobras

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BRASÍLIA (Reuters) - O pré-candidato do Podemos ao Palácio do Planalto, senador Alvaro Dias (PR), afirmou nesta quarta-feira que, se for eleito, vai revogar o decreto atual em vigor que autoriza a Petrobras a reajustar diariamente os combustíveis e determinará que, antes, haja uma avaliação da Presidência da República.

O presidente da República tem de ter a visão dos problemas globais do país , disse, em sabatina com pré-candidatos a presidente promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Alvaro Dias destacou que a Petrobras é uma empresa estatal que deve trabalhar, primeiramente, para a nação e o consumidor brasileiro e, em segundo plano, ao seu principal acionista, a União.

Em entrevista após a sabatina, o senador explicou que a atual política de preços está matando alguns setores da economia .

Uma política de preços compatível com a realidade econômica não significa limitar excessivamente os lucros , disse, salientando que é preciso valorizar o petróleo nacional. Vamos ficar menos dependente da política internacional de preço.

Alvaro Dias defendeu o estímulo de fontes de energia limpa para baratear o preço dos combustíveis no país. Citou ter apresentado dois projetos de lei no Senado, um deles para elevar a adição do biodiesel na composição do diesel vendido.

O senador disse que, se eleito, vai trabalhar pela realização de uma reforma política que leve o país a ter no máximo sete partidos políticos e defendeu a realização de uma agenda de reformas nos 100 primeiros dias de governo.

As reformas são inevitáveis, não vamos abordar aqui o déficit público , disse. A refundação da República passa por esse conjunto de reformas que pretendemos colocar sob a mesa do país nos primeiros 100 dias de gestão , disse.

Em entrevista coletiva após o evento, o pré-candidato disse que a realização de uma reforma da Previdência é essencial , mas há preliminares que devem ser adotadas. Segundo ele, é preciso se mostrar o balanço do sistema previdenciário e ter muita vontade política para se fazer a cobrança dos inadimplentes do setor, que, diz, somam 400 bilhões de reais.

Não é uma solução, é necessário pensando no futuro , disse. Há necessidade de reestudar a reforma que está no Congresso, mas não há como evitar a idade mínima e a convergência entre os dois sistemas , completou.

O pré-candidato também disse na entrevista que é preciso um tempo para verificar os acertos e equívocos da reforma trabalhista, aprovada durante a gestão do presidente Michel Temer. Ainda assim, ele a considerou como positiva por ter reduzido o contencioso judicial.

Temos que verificar os itens que foram assumidos pelo governo como compromissos e não foram executados , disse, ao mencionar que há 27 itens que foram prometidos e não realizados. Para ele, certamente será necessário melhorar a proposta.

SUPREMO

Na entrevista, o senador defendeu uma nova forma de escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele disse que não se trata de afrontar o STF, mas o atual momento traz suspeição em todos os momentos.

Mesmo quando o ministro age corretamente, ele fica sob suspeição porque a interpretação da lei é livre , disse, ao observar que muitas vezes leis são interpretadas ao sabor da conveniência.

A composição do STF deve levar em conta mérito. Lista tríplice pelos magistrados. Dessa formas eliminaremos essa suspeição sobre decisões do STF , destacou.

PRIVILÉGIOS

Alvaro Dias disse que, se eleito, vai trabalhar para cortar privilégios e citou o fato de ter aberto mão de aposentadoria a que teria direito para não ser cobrado posteriormente.

O pré-candidato defendeu uma redução do tamanho do Estado brasileiro para que a sociedade possa crescer.

O senador também advogou que o governo passe a orientar as exportações brasileiras. É possível ampliar na cadeia global as exportações brasileiras , disse.

O pré-candidato disse que os entraves burocráticos --como registro de patentes-- dificulta uma melhor ação econômica do país.

Alvaro Dias disse que tem se perguntado o que faz aceitar o desafio de ser pré-candidato ao Planalto. Para ele, os obstáculos são quase instransponíveis, mas destacou que encara o desafio como uma missão.

Às vezes eu me pergunto o que estou fazendo aqui, porque trata de se buscar sofrimento. Os obstáculos são quase intransponíveis. Essa nação mergulhou num oceano de dificuldades , disse.

Nesses quase 42 anos eu fui sempre oposição, um contestador, um rebelde , disse. Posso afirmar: todos os outros candidatos se constituíram como coadjuvantes do sistema que fracassou. Eu não conheci esse sistema nas entranhas e, ao contrário que alguns afirmam, eu tenho sim autoridade de propor mudanças a esse sistema , completou.

Escrito por Thomson Reuters

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