Governador do Amazonas defende reforma tributária, mas cobra manutenção da Zona Franca de Manaus
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(Reuters) -O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), disse nesta quarta-feira que seu Estado se compromete a apoiar a aprovação do projeto de reforma tributária, mas pediu medidas para a manutenção da Zona Franca de Manaus.
'(Reconheço) o empenho que o governo federal tem feito no sentido de discutir com os governadores e encontrar um caminho de entendimento... Empenho o compromisso do governo do Estado do Amazonas em apoiar a reforma tributária', disse Lima a repórteres, após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Apesar do apoio, Lima afirmou que a reforma causa 'preocupações' em seu Estado e que deseja manter o modelo econômico adotado na Zona Franca de Manaus, informando que a indústria representa cerca de 30% do PIB amazonense.
'Não podemos prescindir da Zona Franca de Manaus, que tem um modelo diferenciado de tributação, e o que a gente veio conversar com o ministério foi para que seja garantido o que está na Constituição, os incentivos (fiscais)', disse.
Ele descreveu a Zona Franca como o modelo 'mais exitoso' de desenvolvimento social e econômico no país e disse que o enfraquecimento do modelo representaria mais desmatamento na floresta amazônica.
'Perder a Zona Franca de Manaus é começar a tacar fogo na floresta. Por isso nós não podemos prescindir e nós não abrimos mão desse modelo', acrescentou.
Lima defendeu uma proposta amplamente difundida entre governadores da criação de um fundo de compensação e desenvolvimento para Estados prejudicados e disse que a reforma tributária não pode ampliar o 'abismo social' que existe entre as regiões do país.
Ao lado do governador, Haddad disse que, por parte do ministério, a região tem um 'futuro promissor' e que o Brasil e a questão das mudanças climáticas seriam prejudicadas com seu enfraquecimento.
Mais cedo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também se reuniu com Haddad e colocou seu Estado como um 'parceiro' na aprovação da reforma tributária, dizendo que suas divergências são 'pontuais' e podem ser resolvidas.
(Por Fernando Cardoso, em São PauloEdição de Pedro Fonseca)
Escrito por Reuters
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