Angra 1 é alvo de busca e apreensão da PF em investigação sobre vazamento de água radioativa
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Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A usina nuclear Angra 1, em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro, foi alvo nesta quinta-feira de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal, que investiga uma suposta omissão na comunicação de vazamento de água radioativa em 2022 e eventuais crimes ambientais, informou o órgão federal.
O derrame de material teria ocorrido em meados de setembro do ano passado, mas comunicado às autoridades competentes apenas cerca de duas semanas depois, segundo a PF, que abriu dois inquéritos para a apuração do caso.
Na diligência dessa quinta-feira, o objetivo foi recolher imagens de circuitos de vigilância e segurança que possam ajudar na apuração do caso. 'As investigações buscam apurar supostas condutas omissivas na comunicação dos eventos, além de eventuais crimes ambientais', disse a PF.
Em março, a Eletronuclear informou que houve uma 'liberação não programada' de um pequeno volume de água contaminada. Alegou ainda que, como os valores da liberação se encontravam abaixo dos limites da legislação que caracterizam a ocorrência de um acidente, tratou o evento como incidente operacional e informou-o nos relatórios regulares previstos.
Procurada nesta quinta-feira, a Eletronuclear confirmou em nota a presença da Polícia Federal na usina para investigar o caso e disse que permanecerá à disposição dos órgãos competentes para todos os esclarecimentos necessários.
'É importante ressaltar que todas as informações e detalhes solicitados continuarão sendo fornecidos às autoridades, reforçando o compromisso da empresa com a segurança e bem-estar de todos', disse a companhia.
A empresa voltou a afirmar ainda que o evento foi encerrado, suas causas estão sanadas e não existem áreas impróprias nem risco de agravamento da situação.
Além disso, a empresa frisou que 'o evento não ocasionou nenhum tipo de prejuízo às pessoas ou ao meio ambiente, conclusão referendada pelos próprios órgãos licenciadores (Ibama e Cnen). Nenhuma norma foi infringida pela empresa, que sempre atuou com total comprometimento e respeito ao meio ambiente'.
Escrito por Reuters
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