Após assassinato de candidato presidencial no Equador, especulações sobre motivo se espalham
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Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - O assassinato do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio tem gerado uma série de especulações em todo o espectro político, inclusive de aliados que estavam com ele momentos antes de sua morte, sobre por que ele foi morto e por que não estava mais protegido.
Villavicencio, que foi morto a tiros em Quito na semana passada, ficou conhecido no país como um jornalista investigativo que revelou casos de corrupção antes de se tornar parlamentar. Ele não era estranho a ameaças.
A polícia prendeu seis suspeitos pelo assassinato que diz serem todos colombianos pertencentes a grupos criminosos; outro foi morto no tiroteio.
Mas ainda não há respostas claras sobre o motivo de seu assassinato, quem realmente estava por trás ou por que sua segurança falhou. Nesse vácuo, a especulação é abundante.
A polícia disse na semana passada que sua investigação inclui perguntas sobre por que um veículo blindado normalmente usado pelo candidato estava em Guayaquil e não com ele no dia do assassinato.
Os policiais disseram que Villavicencio, que levou um tiro na cabeça ao entrar no banco de trás de um carro após um evento de campanha em um centro esportivo, tinha três círculos de segurança.
Três policiais estavam entre as nove pessoas feridas no tiroteio. A polícia também detonou com segurança um explosivo no local.
'Ele deveria ter uma estrutura (de segurança) muito mais forte', disse Patricio Carrillo, ex-ministro do Interior e candidato parlamentar que estava com Villavicencio no evento em que foi assassinado, à Reuters.
Após o evento, Villavicencio saiu pela frente do centro esportivo, onde muitas pessoas se reuniam, disse Carrillo, acrescentando que ele mesmo ficou lá dentro conversando com alguns amigos. Carrillo e seus amigos foram retirados do local por dois seguranças pela porta dos fundos quando ouviram o tiroteio.
'O importante é encontrar a pessoa que financiou este assassinato, o autor intelectual, o psicopata que não quer que o Equador resolva seus problemas de corrupção e impunidade', afirmou Carrillo, ecoando os apelos da viúva de Villavicencio na semana passada.
O assassinato lançou uma sombra sobre a eleição de domingo para escolher um substituto para o presidente conservador Guillermo Lasso. A favorita é Luisa González, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa.
Correa, que no cargo regularmente entrava em conflito com Villavicencio, chamou o assassinato de uma operação para prejudicar seu partido Revolução Cidadã.
'Não tenho dúvidas de que isso é um complô, uma conspiração para prejudicar a Revolução Cidadã', disse Correa, aparecendo virtualmente em um comício de campanha de González na quarta-feira. 'É claro que isso beneficia a direita fascista, aqueles que querem que a situação atual continue, aqueles que não querem que a Revolução Cidadã volte'.
Escrito por Reuters
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