Após proibição da Micron, empresa chinesa de chips deve entrar em lista restrita, diz deputado dos EUA

Por Chris Sanders e Rami Ayyub

WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Comércio dos Estados Unidos deve adicionar a fabricante chinesa de chips de memória CXMT a uma lista de restrição comercial, depois que Pequim proibiu no início desta semana a venda de alguns chips da empresa norte-americana Micron, disse o presidente do comitê da Câmara dos Deputados dos EUA sobre a China nesta terça-feira.

As restrições esta semana do órgão regulador do ciberespaço da China contra a Micron, a maior fabricante de chips de memória dos EUA, são as mais recentes em uma crescente disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.

'Os Estados Unidos têm de deixar claro para a RPC (República Popular da China) que não tolerarão coerção econômica contra suas empresas ou seus aliados. O Departamento de Comércio deve adicionar imediatamente a CXMT à lista de entidades e garantir que nenhuma tecnologia dos EUA, independentemente de especificações, vá para CXMT, YMTC ou outras empresas da RPC que operam neste setor', disse o deputado Mike Gallagher em um comunicado. A YMTC é uma fabricante de chips chinesa incluída na lista de entidades em dezembro de 2022.

O influente parlamentar também acrescentou que o Departamento de Comércio deve garantir que 'nenhuma licença de exportação dos EUA concedida a empresas estrangeiras de memória de semicondutores operando na (China) seja usada para preencher o vazio deixado pela Micron e nossos aliados sul-coreanos, que têm experimentado exatamente esse tipo de coerção econômica do Partido Comunista Chinês em primeira mão nos últimos anos, também devem agir para evitar esse preenchimento', disse.

Um representante da CXMT não pôde ser imediatamente encontrado para comentar.

A coreana Samsung e a SK Hynix operam fábricas de chips de memória na China. Essas empresas e outras companhias não chinesas foram poupadas do peso dos controles de exportação dos EUA sobre equipamentos de fabricação de chips impostos em outubro, mas estão operando sob isenções das regras dos EUA, que podem expirar ou ser revogadas.

A CXMT é a fabricante mais avançada de chips DRAM (Dynamic Random Access Memory) da China. Os analistas acreditam que ela está entre duas a três gerações atrás dos líderes da indústria Micron, Samsung e SK Hynix.

O pedido de Gallagher ocorre semanas depois que os fabricantes norte-americanos de equipamentos para fabricação de chips disseram ter recebido um esclarecimento das autoridades de controle de exportação dos EUA que lhes permitirá enviar mais ferramentas para a China do que o inicialmente previsto.

A Lam Research, fabricante líder de ferramentas para fabricação de chips de memória, disse aos investidores que o esclarecimento pode resultar em centenas de milhões de dólares em vendas adicionais da China.

O esclarecimento do Departamento de Comércio diz respeito a como as características do chip de memória serão medidas para fins de aplicação das regras de controle de exportação. A implementação mais flexível ocorreu após um grupo chamado Coalizão de Fabricantes de Equipamentos de Semicondutores começar a fazer lobby no ano passado, de acordo com duas fontes.

Alguns dos lobistas da coalizão também trabalharam para a Lam Research, de acordo com registros de divulgação de lobby.

Um porta-voz do Departamento de Comércio se recusou a comentar. A Lam Research e os lobistas que representam a coalizão não responderam imediatamente a um pedido de comentário.