Auditoria aperta rigor sobre barragem e ArcelorMittal pede retirada de moradores em Minas
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(Reuters) - A ArcelorMittal informou que decidiu recomendar a retirada de moradores de uma comunidade próxima de sua barragem da mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu (MG), depois que uma auditoria independente elevou o nível de precaução em análises de segurança da instalação, em meio à tragédia causada pelo rompimento de um depósito de rejeitos da Vale em Brumadinho.
Cerca de 200 pessoas foram retiradas de suas casas 'como medida de precaução' e estão sendo transferidas para acomodações temporárias.
'A ação decorre de uma inspeção e auditoria minuciosas da barragem de rejeitos, que foram realizadas após os recentes incidentes acontecidos no setor de mineração, no Brasil. Empregando uma metodologia mais conservadora, a auditoria independente responsável pela declaração de estabilidade revisou o último relatório e adotou para a barragem um Fator de Segurança (Factor of Safety ou FoS) mais restritivo', explicou a empresa.
A mina de Serra Azul produz 1,2 milhão de toneladas de concentrado e minério granulado. A barragem de rejeitos, que é do tipo à montante, está desativada desde outubro de 2012, sendo a única do tipo 'à montante' dentre as barragens da empresa.
'Pedimos desculpas à comunidade local pelo transtorno; porém sabemos que esta é a decisão correta e sem dúvida a única decisão que poderíamos tomar... Procuraremos retornar as pessoas para suas casas o tão logo possível, embora à esta altura não seja possível dizer quando será', afirmou em nota o CEO da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Baptista.
O alerta em Itatiaiuçu ocorre no mesmo dia em que outra barragem da mineradora Vale, em Barão de Cocais, apresentou um desnível, obrigando a evacuação de cerca de 500 pessoas. [nL1N2030BU]
Há duas semanas, o rompimento de um depósito de rejeitos da Vale em Brumadinho, também em Minas Gerais, causou a morte e o desaparecimento de centenas de pessoas.
(Por Marta Nogueira, em Belo Horizonte; Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; e Alberto Alerigi, em São Paulo)
Escrito por Thomson Reuters
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