BC vende todos os contratos de swap tradicional em leilão adicional, em total de US$1 bi
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Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central vendeu nesta terça-feira todos os 20 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados no primeiro leilão extraordinário sob o governo Lula, num total de 1 bilhão de dólares, informou a autarquia.
O BC havia anunciado na noite de segunda-feira que faria a operação, a primeira intervenção sem fins de rolagem da autarquia no mercado de câmbio desde o final de 2022, para atender parte da demanda gerada pelo resgate do título NTN-A3, previsto para 15 de abril.
A NTN-A3 é um título público indexado ao dólar que há anos não é negociado pelo Tesouro Nacional, mas ainda presente nas carteiras de várias instituições brasileiras. Em meados deste mês vencerão um total de 18,534 bilhões de reais em NTN-A3s que foram negociadas em 1997. Em valores atuais, isso equivale a cerca de 3,6 a 3,7 bilhões de dólares, de acordo com participantes do mercado.
Como os detentores desses papéis no Brasil carregaram algumas posições vendidas em dólar ao longo dos anos para cobrir a exposição a estes títulos, agora que os papéis vão vencer é preciso encerrar estas posições vendidas -- o que é feito por meio da compra de dólares.
Assim, o BC anunciou o leilão de swap tradicional, operação com efeito equivalente à venda de dólares no mercado futuro, para evitar pressões adicionais diante da demanda dos detentores das NTN-A3.
No leilão desta terça-feira foram vendidos 4 mil contratos de swap com início em 15 de abril (justamente quando expiram as NTN-A3) e vencimento em 2 de janeiro de 2025. Os outros 16 mil contratos vendidos também têm início em 15 de abril, mas vencem em 1° de abril de 2025.
Participantes do mercado reagiram de forma mista nesta terça-feira ao anúncio do leilão extraordinário, com alguns analistas minimizando a atuação e outros duvidando da intenção manifestada pela autarquia de apenas suprir uma demanda pontual, já que essa intervenção veio depois de um salto recente do dólar.
Escrito por Reuters
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