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'Belo sonho' da França acaba quando Olimpíadas dão lugar a impasse político

Placeholder - loading - Emmanuel Macron visita Vila Olímpica de Paris  22/7/2024    Michel Euler/Pool via REUTERS
Emmanuel Macron visita Vila Olímpica de Paris 22/7/2024 Michel Euler/Pool via REUTERS

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Por Michel Rose e Elizabeth Pineau

PARIS (Reuters) - As Olimpíadas de Paris foram um sucesso que encantaram o mundo e reafirmaram o orgulho nacional francês. Mas a ressaca será difícil.

Com a cerimônia de encerramento no domingo, o presidente Emmanuel Macron precisa agora lidar com uma crise política criada por ele mesmo e que foi varrida para debaixo do tapete até o fim dos Jogos.

As discussões sobre empregos e cortes orçamentários se aproximam, e a ira dos eleitores certamente virá em seguida.

'Agora temos que acordar desse belo sonho', disse Christine Frant, de 64 anos, no local de torcedores do Club France no último fim de semana. 'É uma pena que voltaremos à nossa rotina diária, sem governo, com disputas no Parlamento, enquanto aqui tudo era alegria e compartilhamento.'

Em uma aposta política, Macron convocou uma eleição legislativa antecipada poucas semanas antes do início dos Jogos. Os eleitores entregaram um Parlamento dividido.

A escolha de um primeiro-ministro que possa apaziguar o campo centrista de Macron, uma aliança de esquerda e o Reunião Nacional, de extrema-direita, tem se mostrado complicada.

Depois de dias de negociações políticas que não deram em nada após a votação de 7 de julho, Macron declarou uma trégua política durante os Jogos, dando a si mesmo até meados de agosto para nomear um primeiro-ministro e deixar os partidos políticos negociarem.

A misteriosa sabotagem em alvos ferroviários e de telecomunicações no início dos Jogos parecia um presságio ameaçador, mas depois disso, o evento prosseguiu sem nenhum outro problema de segurança.

Macron se deslocou para seu retiro presidencial na Riviera Francesa, com algumas incursões em Paris, inclusive para um longo abraço no ídolo do judô francês Teddy Riner, depois que ele conquistou seu quarto ouro na carreira.

Agora, Macron precisará tomar uma decisão. Mas ele parecia não ter pressa na segunda-feira.

Em uma entrevista ao jornal esportivo L'Equipe, ele não deu nenhuma dica de quem ou quando nomearia alguém, mas disse: 'Todos aqueles que não acreditavam nos Jogos estavam errados'.

'Muitas vezes, quando você liga a TV ou lê um jornal, fala-se em declínio. Os franceses redescobriram que podem fazer grandes coisas juntos', afirmou ele, acrescentando que esperava capitalizar essa boa vontade para superar as divisões políticas.

Ainda não se sabe se ele conseguirá tirar algum dividendo político, mas seus oponentes mais ferozes, a líder de extrema-direita Marine Le Pen e o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, pelo menos tiveram que silenciar suas críticas durante os Jogos.

Escrito por Reuters

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