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Biden se despedirá da Apec e do G20 sob a sombra de Trump

Placeholder - loading - Presidente dos EUA, Joe Biden, embarca em Washington para Lima, onde participará de cúpula da Apec 14/11/2024 REUTERS/Leah Millis
Presidente dos EUA, Joe Biden, embarca em Washington para Lima, onde participará de cúpula da Apec 14/11/2024 REUTERS/Leah Millis

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Por Jarrett Renshaw

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viaja para a América do Sul nesta quinta-feira para seus últimos encontros com líderes globais após mais de 50 anos de vida pública, mas o homem que ele tentou e não conseguiu impedir de voltar ao poder provavelmente será o foco de muitas reuniões: o presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

Biden terá reuniões bilaterais com o presidente chinês, Xi Jinping, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além dos líderes do Japão e da Coreia do Sul, durante as cúpulas da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), no Peru, e do Grupo das 20 principais economias do mundo, o G20, no Brasil.

Não se espera que as reuniões de seis dias resultem em novos acordos importantes, disseram autoridades sênior do governo Biden, embora seja provável que abordem comércio, segurança e alianças globais.

'A Apec e o G20 serão sobre uma coisa: Donald Trump -- e o que esperar do próximo governo Trump sobre comércio, alianças e outras questões', disse Victor Cha, presidente do Departamento de Geopolítica e Política Externa do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

O republicano Trump derrotou a vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata, na eleição presidencial de 5 de novembro, depois de prometer aos norte-americanos que irá impor tarifas pesadas sobre todas as importações, com tarifas mais altas destinadas aos produtos chineses, e sinalizou um apoio muito mais suave à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia.

A derrota de Kamala ocorreu depois que Biden foi forçado a se afastar da disputa por causa de preocupações de que, aos 81 anos, ele estava velho demais para outro mandato presidencial.

O Partido Republicano também ganhou o controle de ambas as Casas do Congresso dos EUA, dando-lhe mais poder para aprovar medidas sobre comércio e outras questões.

Biden assumiu o cargo em 2020 buscando reconstruir alianças prejudicadas durante o primeiro mandato de Trump e tentou mostrar que os EUA continuavam engajados além de suas fronteiras. Ele fortaleceu e expandiu a Otan e trabalhou para combater a China no Indo-Pacífico, construindo alianças multilaterais na Ásia.

Trump tem uma visão de mundo fundamentalmente diferente da de Biden, preferindo reuniões bilaterais em que possa praticar a diplomacia transacional em vez de parcerias multilaterais como a Otan.

O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse a repórteres na quarta-feira que Biden usará a viagem para dizer que os Estados Unidos prezam e investem em suas alianças e agradecer àqueles que ajudaram a lidar com uma série de problemas globais.

'É uma mensagem de princípios. É uma mensagem de praticidade, e essa tem sido uma das causas da vida do presidente Biden', disse.

Biden se reunirá com o presidente Xi no sábado durante a cúpula da Apec em Lima, disseram autoridades da Casa Branca. A reunião individual será a última oportunidade de Biden desafiar o líder chinês diretamente sobre suas ameaças contra Taiwan, supostas violações de direitos humanos e apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Será a primeira vez que os dois líderes se encontrarão pessoalmente desde uma cúpula entre os dois na Califórnia há um ano. O encontro marcou um ponto de virada nas relações entre os EUA e a China depois que a decisão de Biden, no início de 2023, de abater um balão espião chinês que sobrevoava os Estados Unidos aumentou as tensões bilaterais.

A competição econômica e militar dos EUA com a China definirá como será o mundo nos próximos 30 anos, disse Sullivan, acrescentando que republicanos e democratas há muito demonstram bipartidarismo na área de política externa.

O novo gabinete de Trump está repleto de políticos que promoveram uma mensagem dura contra a China.

Biden não passaria nenhuma mensagem de Trump para Xi, disse Sullivan, mas provavelmente falará sobre a necessidade de evitar um conflito militar.

'Ele também reforçará o ponto de vista de que, para que possamos administrar essa competição de forma responsável daqui para frente, temos que manter, a longo prazo, os canais de comunicação em todos os níveis, especialmente o nível militar para militar', disse Sullivan.

Biden e Trump se reuniram por duas horas na Casa Branca na quarta-feira.

Biden também deve realizar uma reunião trilateral com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, e o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, e se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Escrito por Reuters

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