Bolsonaro rebate críticas à indicação de Aras e diz que fez 'bom casamento' com escolha
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(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira a um grupo de simpatizantes ao chegar ao Palácio da Alvorada a indicação do procurador da República Augusto Aras como procurador-geral da República e disse que acredita que fez um 'bom casamento' com a escolha, anunciada mais cedo.
O presidente parou para falar com os simpatizantes e reclamou que sua vida não é fácil, pois está recebendo críticas de pessoas que votaram nele na eleição do ano passado por causa da escolha de Aras e por ter vetado apenas parcialmente o projeto de lei que tipifica o crime de abuso de autoridade.
Eleitores de Bolsonaro defensores da operação Lava Jato defendiam um nome na PGR alinhado com a operação e o veto total ao projeto sobre abuso de autoridade.
'Estou recebendo muita crítica de gente que votou em mim. Se não acredita em mim, e continua fazendo esse trabalho de não acreditar, eu caio mais cedo, e mais cedo o PT volta', disse o presidente.
'Vamos esperar, dar um tempo ao novo procurador. O universo era pequeno e eu tinha que escolher. O pessoal fica radical: 'tem que botar um cara da Lava Jato'. Tudo bem, então é um cara que é radical e quer acabar com a corrupção, mas é um cara que é xiita na questão ambiental. Não posso abrir uma estrada, que ela vai ser contestada', afirmou.
Bolsonaro também disse que não poderia escolher nomes totalmente alinhados à Lava Jato, mas que fossem, por exemplo, adeptos ao que chamou de 'ideologia de gênero', contra a família e favoráveis a 'patifarias' que, disse ele, têm sido feitas.
'Eu escolhi um que eu posso acreditar nele', disse. 'Eu acho que escolhi o melhor, eu acho que estou fazendo um bom casamento. Depende do padre, que é o Senado, aprovar o nome dele', afirmou, lembrando que a indicação de Aras precisa ser aprovada pelo Senado.
O presidente também rebateu críticas sobre os vetos que fez ao projeto do abuso de autoridade, e disse que se baseou em pareceres apresentados a ele por integrantes do governo, como os ministros da Justiça e Segurança e Pública, Sergio Moro, e da Advocacia-Geral da União (AGU), André Luiz Mendonça.
'Os meus vetos vão fazer muita gente importante do Parlamento ficar chateada comigo. Se eu quisesse fazer média com algumas pessoas, eu teria sancionado tudo', afirmou.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)
Escrito por Reuters
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