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Brasil condena qualquer ato de violência, diz Vieira ao ser cobrado por postura em relação ao Irã

Placeholder - loading - Chanceler brasileiro, Mauro Vieira 17/03/2024 REUTERS/Mohammed Torokman
Chanceler brasileiro, Mauro Vieira 17/03/2024 REUTERS/Mohammed Torokman

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Depois de críticas ao governo brasileiro pela nota em que não condenou explicitamente o ataque do Irã à Israel, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil 'condena sempre qualquer ato de violência' e 'conclama o entendimento entre as partes', mas defendeu a mensagem divulgada no dia do ataque.

Na nota divulgada na noite de sábado, o Itamaraty declarou 'grave preocupação' com o ataque e ressalta que vinha alertando para o 'potencial destrutivo do alastramento das hostilidades' para outros países do Oriente Médio.

O teor foi criticado por não condenar diretamente os ataques por drones e mísseis do Irã à Israel, uma retaliação depois de Israel ter bombardeado o complexo da embaixada iraniana na Síria em que morreram sete membros da Guarda Revolucionária do Irã.

De acordo com o ministro, a nota foi feita no momento dos ataques, quando ainda não se tinha clara a extensão ou alcance dos ataques do Irã.

'Isso foi feito à noite, em um momento em que não tínhamos a extensão ou alcance das medidas que estavam sendo tomadas, e fizemos um apelo, como sempre fizemos, pela contenção das partes', disse Mauro Vieira.

Questionado se agora, com todas as informações, o Brasil condena o ataque do Irã, respondeu:

'O Brasil condena sempre qualquer ato de violência e o Brasil conclama sempre o entendimento entre as partes.'

No início do mês, quando Israel bombardeou a embaixada da Síria no Irã, os termos da nota do Itamaraty foram mais duros. 'O governo brasileiro condena o ataque aéreo, em primeiro de abril, contra o consulado da República Islâmica do Irã, em Damasco', dizia o texto.

Os dois pesos foram criticados por representantes da comunidade judaica no Brasil e também pelo governo israelense, com quem o governo brasileiro tem tido repetidos incidentes diplomáticos pela postura dura de crítica aos ataques de Israel à Faixa de Gaza.

De acordo com uma fonte do governo brasileiro, a nota foi divulgada ainda na noite de sábado, em meio aos ataques iranianos, a pedido de presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manifestou uma preocupação de que o conflito se alastrasse pela região.

A intenção inicial era que o texto só saísse mais tarde, como foi feito quando do suposto ataque israelense ao consulado iraniano na Síria -- quando a nota saiu dois dias depois -- para que se pudesse ter já uma noção do impacto, das consequências e das violações causadas pelo ataque, contou a fonte.

'É compreensível a intenção, a preocupação com a contaminação é real, mas aí o que poderíamos fazer era destacar a grave preocupação -- que em termos diplomáticos é muito grave', disse a fonte.

Escrito por Reuters

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