Campanha de Bolsonaro prevê 2º turno com chances de vitória e vai intensificar trabalho em Minas
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Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) prevê uma disputa de segundo turno totalmente aberta e com chances de vitória contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após desempenho superior do candidato à reeleição ao que vinha sendo projetado pelas principais pesquisas nacionais de intenção de voto, afirmaram à Reuters um aliado próximo e fontes do QG bolsonarista no domingo.
Bolsonaro e Lula vão disputar no próximo dia 30 quem será o inquilino no Palácio do Planalto pelos próximos quatro anos, após o presidente registrar 43,20% do votos válidos contra 48,43% do petista no primeiro turno, com 99,99% dos votos apurados. Portanto, uma diferença de pouco mais de cinco pontos porcentuais.
O resultado do candidato à reeleição foi muito melhor do que o previsto nas pesquisas, que chegavam a apontar uma diferença de dois dígitos e até mesmo uma possibilidade de eleição de Lula em primeiro turno.
Na campanha de Bolsonaro, se antes já se considerava uma vitória chegar ao segundo turno --alguns deles admitiam até uma derrota na primeira etapa--, agora avaliam que há sim possibilidade de uma virada, disseram as fontes.
Deputado federal reeleito pela Bahia, o presidente em exercício do PP, Cláudio Cajado, disse que acredita numa eventual vitória de Bolsonaro no segundo turno. Ele afirmou que a partir desta segunda-feira os aliados vão analisar os resultados por Estados para traçar a melhor estratégia para a votação do dia 30.
'É possível uma virada', disse Cajado, ao dizer que não se surpreende com o resultado porque ele está em linha com as sondagens internas. Nunca houve viradas em segundos turnos nas eleições presidenciais brasileiras.
Um dos coordenadores da campanha, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Fabio Wajngarten, foi ao Twitter para comemorar o resultado. 'Primeiro vencemos as mentiras. Agora vamos vencer as eleições. Obrigado a todos, 22 sempre', afirmou.
Bolsonaro teve uma votação expressiva no Sudeste, nos três maiores colégios eleitorais brasileiros. Em São Paulo, ele teve 1,5 milhão de votos de vantagem --ainda conseguiu emplacar seu ex-ministro Tarcísio de Freitas no segundo turno na disputa ao governo estadual; no Rio de Janeiro, ele teve quase 1 milhão de frente; e ficou atrás de Lula em Minas Gerais por cerca de 500 mil votos. Esse movimento contraria o que indicavam as pesquisas.
Para uma das fontes, o presidente tem muitas chances. Segundo ela, houve uma grande desidratação dos votos no candidato do PDT e pela quarta vez presidenciável, Ciro Gomes, que ficou atrás da senadora Simone Tebet, a neófita na disputa ao Palácio do Planalto como MDB.
Essa fonte avaliou que os votos de Simone podem, sim, migrar em grande parte para Bolsonaro. 'Vai ser muito apertado, eles vão disputar os eleitores no tapa', considerou, que também acredita que votos de Ciro também podem ir para o candidato à reeleição.
TRABALHO EM MINAS
Um dos caminhos em discussão vai ser trabalhar o eleitorado de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral, segundo a fonte. Bolsonaro deverá buscar um apoio de Romeu Zema (Novo), governador reeleito no primeiro turno, para a segunda etapa de votação.
'Já existe a possibilidade bastante avançada de conversar com o Zema em Minas Gerais', afirmou Bolsonaro neste domingo. Zema acabou de declarar que com o PT não fica, então é uma baita sinzalização para a gente.'
Esse movimento já vinha sendo discutido desde antes da votação de domingo. Outro trabalho, segundo a fonte, é ir em busca de quem se absteve na primeira etapa de votação --o número desta vez foi semelhante ao das eleições gerais passadas, cerca de 20%.
Outra fonte, mais otimista, disse que as pesquisas erraram feio e que a disputa não está apenas em aberto, mas que Bolsonaro entra como favorito no segundo turno. Ela lembrou que, ao contrário dos institutos, as sondagens internas apontavam uma diferença entre os dois de 3 a 5 pontos porcentuais --margem que acabou sendo o resultado final de domingo.
Escrito por Reuters
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