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Campos Neto vê tempos mais difíceis para BCs em meio a pressões fiscais

Placeholder - loading - Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto 09/11/2023 REUTERS/Brendan McDermid
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto 09/11/2023 REUTERS/Brendan McDermid

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Por Isabel Versiani e Fabricio de Castro

(Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira ter a sensação de que os banqueiros centrais terão mais dificuldades daqui para frente, com o desafio de convencer os Poderes Legislativo e Executivo da importância de equilibrar as contas públicas em um momento em que o mundo convive com taxas de juros mais elevadas.

“A gente não vê globalmente um debate muito maduro sobre a necessidade de fazer o fiscal”, disse Campos Neto durante evento no Insper Júnior em São Paulo, reiterando que a credibilidade da política fiscal afeta a eficiência dos canais da política monetária.

Ele também voltou a ressaltar as dificuldades de cortar despesas públicas no Brasil, mas afirmou que seria importante fazer reformas nessa direção.

Ao abordar o mercado de crédito, Campos Neto voltou a defender que a recuperação do capital pelas instituições financeiras em caso de inadimplência é um dos principais fatores do spread -- a diferença entre o custo de captação dos bancos e o que é efetivamente cobrado de famílias e empresas.

'Hoje você tem o pedaço do spread grande que é esta ineficiência do banco de recuperar o principal', afirmou Campos Neto, que criticou a judicialização da recuperação de crédito.

Segundo ele, para cada 1 real em inadimplência no Brasil, apenas 18 centavos são recuperados pelas instituições financeiras, o que coloca o país como um dos piores do mundo neste tópico.

Ao mesmo tempo, o presidente do BC afirmou que o Drex -- a moeda digital em fase de formulação pela autarquia -- pode melhorar a recuperação de crédito no Brasil, ao deixar mais claro, nas transações, as garantias envolvidas.

Campos Neto disse ainda que o BC tem atuado para diminuir a assimetria de informações no mercado de crédito, o que também contribui para a diminuição do spread.

(Por Isabel Versiani, de Brasília, e Fabrício de Castro, de São Paulo)

Escrito por Reuters

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