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Chefe do clima da ONU cobra compromisso com financiamento para enfrentar mudanças climáticas

Placeholder - loading - Secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCC), Simon Stiell 24/11/2024 REUTERS/Maxim Shemetov
Secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCC), Simon Stiell 24/11/2024 REUTERS/Maxim Shemetov
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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) -O secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCC, na sigla em inglês), Simon Stiell, cobrou nesta segunda-feira que se chegue a um acordo sobre o financiamento para mudanças climáticas, em discurso que deu início formal ao ano de negociações para a cúpula do clima da ONU COP30, em Belém.

'A nova meta global de financiamento climático que concordamos em Baku foi um importante passo à frente. Claramente, não atenderá a todas as necessidades inicialmente. Mas US$ 300 bilhões são uma linha de base, não uma linha final', disse Stiell em Brasília.

'Reorientar o sistema financeiro internacional não é tarefa fácil. Mas este ano estabelecemos a meta de definir, passo a passo, como liberamos US$ 1,3 trilhão através do roteiro. Estou interessado aqui em questões práticas -- quem precisa fazer o quê, quando, com quais meios. Este ano, vamos reafirmar nosso compromisso compartilhado de fazer isso', afirmou.

A discussão sobre o novo período de financiamento de adaptação para as mudanças climáticas promete ser a discussão mais difícil da COP de Belém. Dez anos depois do Acordo de Paris, o cálculo é que são necessários US$ 1,3 trilhão, mas os países se comprometeram até agora com apenas US$ 300 bilhões -- e, tendo em vista que no período anterior o compromisso muito menor, de US$ 100 bilhões por ano, não foi cumprido, o ceticismo é grande.

Um dos maiores entraves é a intenção dos países desenvolvidos em colocar países emergentes como China e Arábia Saudita, por exemplo, entre os doadores, uma posição em que os países do Sul Global estão unidos em rechaçar.

'Dez anos depois de Paris, não teremos cumprido todos os nossos compromissos, mas é exatamente por isso que precisamos analisar como estamos envolvendo nossos participantes de mais alto nível. Como abrimos espaço para que líderes façam acordos concretos que atendam aos seus cidadãos e economias agora. Com menos discursos de alto nível reembalando velhas promessas já feitas, mas longe de serem cumpridas', continuou.

Um acordo que já é difícil se tornou ainda mais complicado com a decisão do atual governo norte-americano de deixar o Acordo de Paris. Pelas regras atuais, o país precisa de um ano para deixar de vez seus compromissos e os EUA ainda estarão na COP30, mas dificilmente se poderá contar com algum apoio norte-americano.

Em sua fala, Stiell não citou diretamente o que pode ser justamente o maior problema da COP, mas ele afirmou que outros podem tomar o lugar de quem se afastar.

'Um país pode recuar, mas outros já estão se posicionando para tomar o seu lugar e colher as enormes recompensas: crescimento econômico mais forte, mais empregos, menos poluição e custos de saúde muito mais baixos, energia mais segura e acessível', afirmou.

Questionado diretamente sobre a ausência dos EUA no Acordo de Paris, e quais outros países estão trabalhando para assumir a lacuna deixada pela maior economia do mundo, Stiell afirmou que apenas no final do ano será possível avaliar de fato, a partir das novas metas individuais das nações (NDC, na sigla em inglês), mas citou como exemplo o que China, Brasil e Índia têm feito para redução de emissões.

'O apelo é por uma maior ambição, para que esses planos abranjam toda a economia. Esses serão os planos climáticos mais abrangentes já desenvolvidos, a terceira geração de NDCs', disse. 'Mas, em termos de ações que estão sendo tomadas, basta observar o que está acontecendo nos mercados, região por região, país por país, e fica muito claro aqueles que estão avançando, independentemente de qualquer retórica daqueles que desejam recuar.'

(Reportagem de Lisandra ParaguassuEdição de Pedro Fonseca)

Escrito por Reuters

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