China deve flexibilizar ainda mais restrições à Covid-19 e mercados comemoram mudanças
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Por Julie Zhu e Ryan Woo
HONG KONG/PEQUIM (Reuters) - A China deve anunciar o afrouxamento de algumas das restrições mais duras contra Covid-19 já na quarta-feira, disseram fontes à Reuters, enquanto os investidores comemoravam a perspectiva de uma mudança da política sanitária após protestos generalizados e danos econômicos crescentes.
Três anos após a pandemia, as medidas de tolerância zero da China, de fronteiras fechadas a lockdowns frequentes, contrastam fortemente com o resto do mundo, que decidiu conviver com o coronavírus.
A abordagem rígida atingiu a segunda maior economia do mundo, colocou pressão mental em centenas de milhões de pessoas e provocou no mês passado a maior demonstração de descontentamento público na China desde que o presidente Xi Jinping assumiu o cargo em 2012.
Embora os protestos do mês passado tenham diminuído em meio a uma forte presença policial nas principais cidades, as autoridades regionais reduziram os lockdowns, as regras de quarentena e os requisitos de teste em vários níveis. As autoridades também suavizaram o tom sobre os perigos representados pelo vírus.
Um novo conjunto de regras nacionais deve ser anunciado em breve, disseram duas fontes com conhecimento do assunto, abrindo caminho para um afrouxamento mais coordenado.
Os analistas agora preveem que a China pode abandonar os controles de fronteira e reabrir a economia antes do esperado no próximo ano.
O iuan saltava para seu nível mais forte em relação ao dólar desde meados de setembro em meio a uma recuperação ampla de mercado, já que os investidores esperam que o afrouxamento das restrições à pandemia melhore as perspectivas de crescimento global.
Os dados econômicos ressaltaram os danos causados pelas restrições, com a atividade de serviços na China encolhendo para mínimas de seis meses em novembro.
Juntamente com a flexibilização em diferentes cidades, o vice-primeiro-ministro Sun Chunlan, que supervisiona os esforços da Covid-19 na China, disse na semana passada que a capacidade do vírus de causar doenças está enfraquecendo.
Essa mudança na mensagem se alinha com a posição mantida por muitas autoridades de saúde em todo o mundo por mais de um ano.
Embora os protestos da semana passada tenham diminuído, a frustração ainda pode continuar, como mostraram os eventos na cidade central de Wuhan, onde o vírus surgiu pela primeira vez no final de 2019, neste fim de semana.
No sábado, pessoas derrubaram barreiras em uma aparente tentativa de romper o bloqueio em um parque industrial de roupas, mostraram vídeos publicados no Twitter.
(Reportagem de Ryan Woo, Bernard Orr e Martin Quin Pollard em Pequim e Julie Zhu e Kevin Huang em Hong Kong)
Escrito por Reuters
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