Com crise de caixa se aproximando, campanha de Trump faz apelo por um milhão de doações
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(Reuters) - A campanha de Donald Trump pediu doações a um milhão de seus apoiadores, alertando que ele pode perder suas propriedades em Nova York, dois dias depois de o ex-presidente não conseguir um caução para cobrir a sentença de 454 milhões de dólares de um caso civil por fraude.
“MANTENHA SUAS MÃOS SUJAS LONGE DA TORRE TRUMP”, diz a mensagem a apoiadores de um comitê de arrecadação de fundos que aloca o dinheiro que coleta para sua campanha e um comitê político separado que vem pagando os honorários legais de Trump.
O caso civil por fraude, apresentado pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James, em setembro de 2022, é uma das várias dificuldades legais de Trump, nos meses que antecedem a revanche eleitoral contra o presidente democrata Joe Biden em 5 de novembro.
A mensagem, enviada por texto com solicitações de doações em valores entre 20,24 dólares e 3.300 dólares ou uma quantidade específica, acusa James de querer confiscar as propriedades de Trump e enquadra suas ações como parte de um esforço mais amplo de Biden e dos democratas para prejudicar sua campanha de reeleição.
“Então, antes do fim do dia, estou convocando UM MILHÃO de patriotas pró-Trump para participar e dizer: PARE COM ESSA CAÇA ÀS BRUXAS CONTRA O PRESIDENTE TRUMP!”, afirmou a mensagem da campanha.
Biden disse que não está envolvido em qualquer caso contra Trump. A equipe de campanha de Biden se recusou a comentar.
A mensagem de arrecadação de fundos vincula doadores ao comitê conjunto de fundos pelo qual Trump costuma pedir que seus apoiadores contribuam. Faz alusão ao caso de James, mas não diz que os fundos serão usados com esse propósito.
Não está claro se Trump pode usar os fundos para pagar a o valor da sentença. Embora leis federais proíbam o uso de dinheiro de campanha para gastos pessoais, Trump tem conseguido usar doações de campanha para pagar alguns dos honorários de seus advogados, alegando que sua defesa legal está relacionada à campanha.
Na segunda-feira, os advogados de Trump disseram a um tribunal de apelações de Nova York que o seu cliente foi rejeitado por 30 empresas para uma caução para cobrir a enorme sentença judicial do caso de fraude, aproximando-o da possibilidade de ter suas propriedades confiscadas.
Trump precisa pagar a quantia do próprio bolso ou depositar uma caução para evitar a apreensão, enquanto recorre da decisão do juiz Arthur Engoron de 16 de fevereiro contra ele por ter distorcido os valores de suas propriedades para enganar bancos e seguradoras.
Neste mês, Trump depositou uma caução de 91,6 milhões de dólares para cobrir uma sentença de difamação de 83,3 milhões de dólares a favor da escritora E. Jean Carroll, enquanto recorre. O caso foi aberto após ele chamá-la de mentirosa após ter sido acusado de tê-la estuprado décadas atrás.
Ele nega ter cometido irregularidades na série de casos civis e criminais que colocam em risco seus negócios imobiliários e sua campanha.
(Reportagem de Nathan Layne em Wilton, Connecticut, Tim Reid em Washington e Jack Queen em Nova York)
Escrito por Reuters
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