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Combinação da Auren e AES cria plataforma para expandir principalmente na fonte solar

Placeholder - loading - Torres de energia 24/01/2001
Torres de energia 24/01/2001

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Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - A combinação de negócios entre Auren e AES Brasil, em um acordo de 7 bilhões de reais, cria uma geradora de energia renovável com forte geração de caixa e portfólio equilibrado para avanços principalmente na fonte solar, além de uma empresa que terá capacidade de pagamento de dividendos recorrentes, disse nesta quinta-feira o CEO da Auren.

A Auren, controlada por Votorantim e CPP Investments, anunciou na véspera um acordo para incorporação da AES Brasil, formando a terceira maior geradora de energia do país. A capacidade de geração dos ativos combinados é de 8,8 gigawatts (GW), com uma receita líquida de 9,6 bilhões de reais, com base em números de 2023.

Em teleconferência para comentar a transação, o CEO da Auren, Fábio Zanfelice, ressaltou as sinergias esperadas e disse que o portfólio diversificado, com usinas hidrelétricas, eólicas e solares, permite que a companhia siga crescendo com competitividade no futuro, principalmente na fonte solar.

Segundo ele, os novos ativos hídricos e eólicos agregados da AES ajudarão a companhia a acelerar sua expansão em solar, já que essas fontes equilibram a geração do portfólio nos momentos em que a solar não está produzindo.

Zanfelice também disse que, no modelo econômico da proposta à AES, não foi considerada uma renovação das concessões de usinas hidrelétricas da AES, cujos contratos vencem em 2032. A companhia trabalha com o cenário de recebimento de uma indenização residual por esses ativos ao final da concessão, mas não abriu valores.

'Vemos nesses ativos (hidrelétricos) um oportunidade, se ocorrer um leilão, como é mais provável pelo framework regulatório... Operando esses ativos, temos a oportunidade de estar em posição muito melhor no momento de relicitação', explicou.

A Auren também já montou um plano para melhorar a performance das usinas da AES, com foco em aumentar a disponibilidade deles, com ações de acompanhamento e planejamento de operação e manutenção até resolução de problemas crônicos de equipamentos.

'Identificamos similaridade com problemas que já tivemos (em ativos eólicos) no passado... Desde a entrada em operação até depois, no dia a dia', disse Zanfelice.

A companhia estima com a transação a captura de sinergias corporativas da ordem de 1,2 bilhão de reais, além de sinergias operacionais e financeiras com potencial expressivo no curto prazo, acrescentou.

FINANCEIRO

Do lado financeiro, os executivos afirmaram que a incorporação da AES Brasil elevará a geração de caixa da Auren e possibilitará um pagamento recorrente de dividendos.

Essa forte geração de caixa também permitirá uma rápida desalavacagem da companhia, que terá de início um índice de 4,9 vezes a dívida líquida sobre Ebitda ajustado.

A expectativa é de alcançar um nível de alavancagem 'ótimo' de 3 vezes a 3,5 vezes em até três anos, disse Zanfelice.

Questionados sobre o valor pago pela AES Brasil, que alcança quase 7 bilhões de reais, acima dos 5,5 bilhões esperados pelo mercado na transação, Zanfelice disse que a companhia está 'muito confortável' e que considera um preço justo.

Segundo o executivo, o valor de tela da ação da AES Brasil hoje reflete a situação ruim para o mercado atual de geração brasileiro, questões próprias da companhia, como o nível de performance do ativos, entre outros.

'O pagamento que nós fizemos pela ação está muito em linha com que víamos de valor para a AES Brasil... Vamos agregar muito mais valor para os acionistas da Auren pós-transação'.

A Auren também disse que já tem todo o recurso financeiro necessário para a transação com a AES, sendo que a expectativa é de concluir a operação no mês de outubro.

'Fizemos uma opção deliberada de estar 'overfunded'... para fazer frente a qualquer dos cenários de desembolso', explicou o diretor financeiro da Auren, Mario Bertoncini.

A AES Corp foi assessorada na transação pelos bancos Goldman Sachs e Itaú BBA e pelo escritório Lefosse Advogados. Já a Auren contou com assessorias da Lazard e do Stocche Forbes Advogados e apoio técnico da consultoria PSR.

(Por Letícia Fucuchima)

Escrito por Reuters

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