Confiança da indústria do Brasil tem leve alta em março e confirma cenário de cautela, diz FGV
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SÃO PAULO (Reuters) - A confiança da indústria no Brasil apresentou leve alta em março, à medida que houve relativa estabilidade na percepção do setor tanto para a situação atual dos negócios quanto para as expectativas no futuro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 0,1 ponto em março na comparação com o mês anterior, indo a 98,4 pontos, de acordo com os dados da FGV.
'A confiança da indústria ficou estável pelo segundo mês e ratifica o cenário de cautela dos empresários quanto à situação dos negócios. Apesar da piora na ponta, os estoques seguem em níveis satisfatórios', disse Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre.
'As expectativas de curto prazo, de produção e contratação, avançam no mês, mas não parecem refletir em otimismo do empresário, uma vez que num horizonte de tempo maior, de seis meses, o sentimento dos empresários sugere pessimismo', completou.
O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, avançou 0,1 ponto no mês e foi a 100,5 pontos, segundo a FGV.
O Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, também subiu 0,1 ponto em março, a 96,4 pontos.
Entre os quesitos que integram o ISA, houve melhora no indicador de situação atual dos negócios, com alta de 1,6 ponto, para 97,7 pontos, enquanto o que mede o nível de estoques recuou 1,8 ponto, a 97,1 pontos.
De acordo com a FGV, quando este indicador está acima de 100 pontos sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos ou acima do desejável.
Para o IE, o quesito de tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 2,4 pontos, para 91,6 pontos, no que foi a quinta queda consecutiva. Já no indicador que mede a produção nos três meses seguintes, houve ganho de 1,5 ponto, a 96,6 pontos.
'Apesar do momento de estabilidade da confiança, o ciclo de alta da taxa de juros para conter o aumento da inflação, em conjunto com a expectativa geral de desaceleração da economia podem refletir em um cenário difícil para a indústria em 2025', afirmou Pacini.
Neste mês, o Banco Central voltou a subir a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, repetindo os movimentos de dezembro e janeiro. A autarquia ainda indicou mais uma alta de menor magnitude para a reunião de maio.
(Por Fernando Cardoso)
Escrito por Reuters