Conselho trabalhista acusa Apple de restringir uso do Slack e redes sociais por funcionários
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Por Daniel Wiessner
(Reuters) - A Apple foi acusada por um conselho trabalhista dos Estados Unidos de interferir nos direitos de trabalhadores de defender coletivamente melhores condições de trabalho ao restringir o uso de mídias sociais e do aplicativo de mensagens Slack no local de trabalho, informou o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas norte-americano nesta sexta-feira.
A queixa do conselho, formalizada na quinta-feira, acusa a Apple de manter regras de trabalho ilegais em relação aos usos aceitáveis do Slack, demitir ilegalmente um funcionário que defendeu mudanças no local de trabalho no Slack, exigir que outro funcionário exclua uma publicação de mídia social e criar a impressão de que os funcionários estavam sendo vigiados via mídias sociais.
Um juiz administrativo realizará uma audiência inicial sobre o caso em fevereiro, caso a Apple não chegue a um acordo. A decisão do juiz pode ser revisada pelo conselho trabalhista de cinco membros, cujas decisões são passíveis de recurso em um tribunal federal.
O novo caso tem origem em uma queixa apresentada ao conselho há quase três anos por Janneke Parrish, que diz que a Apple a demitiu em 2021 por desempenhar um papel de liderança no ativismo dos funcionários.
Parrish usou o Slack e redes sociais para defender o trabalho remoto permanente, distribuir uma pesquisa de igualdade salarial, detalhar uma suposta discriminação sexual e racial na Apple e publicar cartas abertas criticando a empresa, de acordo com a nova denúncia.
A reclamação do conselho diz que a Apple tem uma política que impede os funcionários de criar novos canais no Slack sem a permissão dos gerentes. As publicações sobre preocupações no local de trabalho devem ser direcionadas a um gerente ou a um grupo de 'Suporte a Pessoas', de acordo com a denúncia.
'Estamos ansiosos para responsabilizar a Apple no julgamento pela implementação de regras aparentemente ilegais e pela demissão de funcionários por se envolverem na atividade principal protegida de denunciar a discriminação de gênero e outras violações de direitos civis que permeavam o local de trabalho', disse Laurie Burgess, advogada de Parrish, em um email nesta sexta-feira.
A queixa pede uma ordem exigindo que a Apple rescinda suas políticas supostamente ilegais e reembolse Parrish pela perda de renda e outros impactos financeiros de sua demissão.
Escrito por Reuters
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