Defesa pede que jurados foquem em documentos durante parte final do julgamento de Trump sobre suborno
Publicada em
Por Jack Queen e Luc Cohen e Andy Sullivan
NOVA YORK (Reuters) - A defesa de Donald Trump pediu aos jurados nesta terça-feira que deixem de lado os detalhes obscenos do julgamento do processo criminal contra o ex-presidente dos Estados Unidos sobre suborno e se concentrem na papelada que está no centro do caso, pedindo-lhes que considerem Trump inocente de comportamento criminoso.
'Esse caso é sobre documentos. É um caso de papel', disse o advogado de Trump Todd Blanche, ao iniciar sua argumentação final, após seis semanas de julgamento.
Blanche afirmou que os promotores não conseguiram provar que Trump, o candidato republicano à Presidência em 2024, falsificou ilegalmente documentos para encobrir um pagamento de suborno à estrela pornô Stormy Daniels para promover sua campanha presidencial de 2016.
'O presidente Trump é inocente. Ele não cometeu nenhum crime, e o promotor público não cumpriu seu ônus da prova. Ponto final', disse Blanche quando o julgamento foi retomado após um intervalo de uma semana.
Blanche estava fazendo sua última tentativa de influenciar os 12 jurados que decidirão se Trump se tornará o primeiro ex-presidente dos EUA a ser condenado por um crime. Os jurados podem começar a deliberar já na quarta-feira.
Quando Blanche terminar, os promotores farão um resumo das testemunhas e das provas que apresentaram, argumentando que Trump, de 77 anos, falsificou ilegalmente os registros para encobrir o pagamento que garantiu que Daniels não divulgasse sua história de um encontro sexual em 2006.
Trump nega qualquer irregularidade e diz que nunca teve relações sexuais com Daniels.
O juiz Juan Merchan, que supervisiona o julgamento, disse que pediria aos jurados que ficassem até mais tarde para que ambos os lados pudessem concluir seus argumentos nesta terça-feira.
'Vocês e somente vocês são os juízes dos fatos neste caso', declarou ele aos jurados.
Os promotores devem provar que Trump é culpado 'além de uma dúvida razoável', o nível de certeza exigido pela lei dos EUA. Trump disse nas redes sociais que eles tiveram uma vantagem injusta ao fazer sua apresentação após a defesa, como é padrão em Nova York.
Uma condenação não impedirá Trump de tentar retomar a Casa Branca do presidente democrata Joe Biden na eleição de 5 de novembro. Tampouco o impedirá de assumir o cargo, caso vença. As pesquisas de opinião mostram os dois em uma disputa acirrada.
(Reportagem de Jack Queen e Luc Cohen em Nova York e Andy Sullivan em Washington)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO