Delegados da conferência do Partido Trabalhista votam contra cortes dos gastos do governo britânico
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LONDRES (Reuters) - Membros do Partido Trabalhista britânico votaram contra a decisão do governo de limitar o pagamento de subsídios de inverno para os idosos, em um movimento simbólico que coloca pressão no primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, que apoiou os cortes alegando que eles ajudariam a estabilizar a economia.
Starmer, que buscou melhorar o clima na conferência anual do partido governista com seu discurso na terça-feira, manteve os cortes nos subsídios para ajudar os idosos a cobrir contas de calefação, dizendo que a dor de curto prazo era necessária para estimular o crescimento econômico.
Mas delegados trabalhistas na conferência do partido na cidade de Liverpool, na Inglaterra, votaram contra o governo nesta quarta-feira, após um discurso apaixonado de Sharon Graham, líder do Unite, um dos maiores sindicatos do Reino Unido.
Sob aplausos entusiasmados, Graham disse que não entendia 'como nosso novo governo trabalhista pode cortar o subsídio de combustível de inverno para aposentados, mas deixar os super-ricos intocados'.
'Não foi para isso que as pessoas votaram, é a decisão errada e tem de ser revertida.'
Starmer disse que foi forçado a tomar decisões duras depois que o governo conservador anterior deixou um déficit de 22 bilhões de libras nas finanças públicas – uma acusação que os conservadores negam.
Questionado sobre a votação, Starmer disse à GB News: “Compreendo porque é que colegas do movimento trabalhista têm uma opinião muito forte sobre isto. A política da conferência não faz a política do governo e tivemos de tomar uma decisão difícil”.
“A razão pela qual isto é tão importante é que queremos e vamos estabilizar a economia.”
Mas a polêmica sobre os cortes de verbas lançou uma sombra sobre a conferência e parece que vai continuar a ser um ponto de conflito entre alguns sindicatos britânicos, tradicionais apoiadores do Partido Trabalhista, e um governo concentrado na contenção da despesa para cumprir os seus objetivos fiscais.
Graham disse que as regras fiscais foram 'autoimpostas'.'A decisão de manter as regras fiscais está pendendo como uma corda em volta de nossos pescoços', disse ela.
Escrito por Reuters
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