Derrota do governo em votação do orçamento abre caminho para eleição antecipada na Espanha
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Por Belén Carreño e Paul Day
MADRI (Reuters) - O Parlamento da Espanha rejeitou o esboço de orçamento do governo para 2019 nesta quarta-feira, abrindo caminho para uma eleição nacional.
Na terça-feira, fontes do governo e do partido socialista do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disseram à Reuters que ele convocaria uma eleição antecipada se o esboço fosse rejeitado, e que 14 e 28 de abril seriam as datas mais prováveis.
Os socialistas têm menos de um quarto dos assentos no Parlamento e precisavam do apoio de partidos regionais menores, inclusive os catalães, para aprovarem a proposta de orçamento.
Mas os partidos catalães, insatisfeitos com a recusa de Madri de cogitar ou debater, entre outras questões, um referendo de independência para a região do nordeste do país, votaram contra a proposta, assim como a centro-direita e os conservadores.
'Isto mostra que a ala direita deste país está determinada a impedir o progresso social', disse a ministra do Orçamento, Maria Jesús Montero, aos repórteres, a primeira reação do governo à votação.
Ao todo, 191 parlamentares votaram contra o orçamento e 158 a favor, e houve uma abstenção.
O líder do conservador Partido Popular, Pablo Casado, classificou o resultado como 'uma moção de desconfiança de fato contra Pedro Sánchez'.
Após o voto, as ações espanholas recuaram e o spread dos títulos do governo aumentou na comparação com os papéis alemães, mais seguros.
As fontes políticas disseram nesta quarta-feira que ainda não está claro quando a eleição será anunciada, mas também que Sánchez quer um pleito o mais cedo possível para mobilizar os eleitores simpatizantes da esquerda na esteira de um comício de três partidos de direita em Madri no domingo, inclusive a sigla de extrema-direita Vox, que cresceu nas pesquisas de opinião graças ao aumento do sentimento anti-catalão em toda a Espanha.
As divisões profundas entre espanhóis pró-união e secessionistas da Catalunha foram sublinhadas na terça-feira, início do julgamento de 12 separatistas acusados de rebelião após uma tentativa de separação em outubro de 2017.
(Reportagem adicional de Jesus Aguado)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES
Escrito por Thomson Reuters
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