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Dezenas de milhares de pessoas podem estar mortas após ciclone, diz funcionária de hospital de Mayotte

Placeholder - loading - Danos no Hospital Central de Mayotte causados ​​pelo ciclone Chido em Mamoudzou 16/12/2024  Imagem estática tirada de um vídeo obtido pela REUTERS
Danos no Hospital Central de Mayotte causados ​​pelo ciclone Chido em Mamoudzou 16/12/2024 Imagem estática tirada de um vídeo obtido pela REUTERS

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PARIS (Reuters) - Dezenas de milhares de pessoas podem ter morrido no arquipélogo de Mayotte depois de um ciclone devastador, e os médicos também estão se preparando para um aumento de doenças, afirmou uma cirurgiã-dentista do único hospital do local nesta terça-feira.

Três dias após o ciclone Chido ter devastado o território ultramarino francês na costa da África Oriental, o departamento de emergência do hospital não recebeu um grande número de feridos, o que os leva a temer o pior, disse Naouelle Bouabbas.

'O fato de não vermos tantos feridos do ciclone quando tudo desmoronou nos faz pensar que todas essas pessoas ainda estão enterradas e mortas', disse ela à Reuters, em entrevista por chamada de vídeo do arquipélago.

'Esperamos milhares, dezenas de milhares não me surpreenderiam', disse Bouabbas, ao ser questionada sobre um possível número de mortos, acrescentando que ainda não havia infraestrutura para retirar as pessoas dos escombros.

As autoridades disseram que centenas ou até milhares de pessoas podem ter morrido, mas apenas 22 mortes haviam sido confirmadas na manhã esta terça-feira, disse Ambdilwahedou Soumaila, prefeito da capital Mamoudzou, a uma rádio francesa.

A Cruz Vermelha disse nesta terça-feira que cerca de 100.000 pessoas estavam desaparecidas, incluindo cerca de 200 de seus voluntários, após o ciclone atingir as ilhas com ventos de 200 km/h, na pior tempestade dos últimos 90 anos.

Mais de três quartos dos cerca de 321.000 habitantes de Mayotte vivem em relativa pobreza, e estima-se que cerca de um terço seja imigrantes sem documentos, a maioria das vizinhas Comores e Madagascar. Muitos estão vivendo em favelas improvisadas.

(Reportagem de Lucien Libert; reportagem adicional de Gabriel Stargardter, em Paris, e Cecile Mantovani, em Genebra)

Escrito por Reuters

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