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Dissidentes russos desaparecem de prisões em sinal de possibilidade de troca de prisioneiros com o Ocidente

Placeholder - loading - Candidata municipal e aliada de Alexei Navalny em Tomsk Ksenia Fadeeva posa para um retrato em um escritório de campanha local em Tomsk 12/09/2020 REUTERS/Maxim Shemetov
Candidata municipal e aliada de Alexei Navalny em Tomsk Ksenia Fadeeva posa para um retrato em um escritório de campanha local em Tomsk 12/09/2020 REUTERS/Maxim Shemetov

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Por Andrew Osborn

MOSCOU (Reuters) - Vários dissidentes russos e pessoas condenadas por sua oposição à guerra de Moscou na Ucrânia desapareceram de prisões russas nos últimos dias, o que, segundo ativistas de direitos humanos, pode ser encarado como um sinal de que uma troca de prisioneiros com o Ocidente pode estar próxima.

Embora a Rússia transfira prisioneiros a outras instalações carcerárias sem informar seus parentes e advogados, a quantidade de prisioneiros transferidos nos últimos dias -- pelo menos sete -- e a similaridade de seus perfis são altamente incomuns.

Entre aqueles que, segundo parentes e apoiadores, não estão mais na mesma prisão, e de acordo com autoridades carcerárias 'partiram' para outra instalação, estão o político da oposição, Ilya Yashin, o importante ativista de direitos humanos Oleg Orlov e Danila Krinari, um homem condenado por cooperar secretamente com governos estrangeiros.

Outros que sumiram incluem o cidadão alemão-russo Kevin Liz, condenado por traição, as ativistas da oposição Liliya Chanysheva e Ksenia Fadeeva e a artista anti-guerra Sasha Skochilenko.

Todos eles são indivíduos que o Estado russo rotulou, por diferentes razões, como extremistas perigosos. No Ocidente, são vistos por governos e ativistas como prisioneiros políticos irregularmente detidos.

'Todos esperamos que esses sejam bons sinais', disse à Reuters Ivan Pavlov, importante advogado de direitos humanos que fugiu da Rússia e agora tem Praga como base.

'Esperamos que elas (as autoridades) provavelmente tenham tirado todos eles de suas prisões para reuni-los em um lugar em preparação para uma troca.'

Designado pelas autoridades russas como um 'agente estrangeiro', Pavlov disse que o mais provável é que os prisioneiros tenham sido levados à prisão de Lefortovo, em Moscou.

O presidente Vladimir Putin, então, precisaria formalmente perdoá-los antes que possam ser colocados em um avião para algum destino na Europa que, segundo Pavlov, pode ser a Alemanha.

CONDENAÇÕES EXCEPCIONALMENTE RÁPIDAS

Pela lei russa, o serviço carcerário não comenta o destino da transferência dos detentos. Apenas os próprios prisioneiros podem fazê-lo por escrito quando chegarem ao destino ou quando puderem fazê-lo.

As supostas transferências ocorrem após a condenação excepcionalmente rápida, em 19 de julho, do jornalista norte-americano Evan Gershkovich por acusações de espionagem, que ele nega. Ele foi condenado a 16 anos de prisão, e a Rússia já confirmou conversas sobre uma possível troca.

Alsu Kurmasheva, uma jornalista russa-americana da Radio Free Europe/Radio Liberty, financiada pelos EUA, também foi condenada com velocidade incomum em um julgamento secreto no mesmo dia e recebeu pena de 6,5 anos de prisão por disseminar informações falsas sobre o Exército russo. Ela nega irregularidades.

Questionado nesta terça-feira sobre a possibilidade de uma troca de prisioneiros que envolvesse Gershkovich, o Kremlin se recusou a comentar.

(Reportagem de Andrew Osborn)

Escrito por Reuters

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