Drones israelenses atacam hospital no sul da Faixa de Gaza, diz Crescente Vermelho
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Por IbraheemAbu Mustafa e Nidal al-Mughrabi
GAZA/DOHA/TEL AVIV (Reuters) - O Crescente Vermelho Palestino acusou Israel nesta sexta-feira de atingir um hospital em Khan Younis, enquanto o grande avanço de tropas sobre a principal cidade do sul da Faixa de Gaza ameaça também as poucas instalações de atendimento à saúde que ainda funcionam.
O Crescente Vermelho Palestino -- agência humanitária ligada ao movimento internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho -- afirmou que pessoas desalojadas foram feridas “devido ao intenso ataque de drones israelenses contra cidadãos no Hospital Al-Amal”. A agência afirmou que o ataque também atingiu sua base. Os militares israelenses afirmaram que estão analisando os relatos.
Perto dali, na mesma cidade, tanques israelenses se aproximavam do único hospital de Gaza ainda funcionando, o Nasser, onde pessoas reportaram intensos bombardeios vindos do oeste. Moradores também reportaram confrontos no sul.
Israel lançou uma grande ofensiva em Khan Younis nesta semana, com o objetivo de tomar a cidade, que segundo o país é neste momento a principal base dos combatentes do Hamas. O grupo atacou Israel no dia 7 de outubro, iniciando a guerra que devastou a Faixa de Gaza.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza afirmou que 142 palestinos morreram e 278 ficaram feridos no enclave nas últimas 24 horas, levando o total de mortos para 24.762 durante os três meses de guerra.
A Organização Mundial da Saúde afirmou que a maior parte dos 36 hospitais do enclave parou de funcionar. Apenas 15 estão parcialmente funcionando e operam com volumes três vezes acima de sua capacidade, sem suprimentos médicos e de combustíveis adequados.
Autoridades de Israel acusaram combatentes do Hamas de operar em hospitais, incluindo o Nasser, algo que os trabalhadores do local negam.
Mais de 1,7 milhão de pessoas, ou 75% da população da Faixa de Gaza, estão desalojadas, com parte delas forçadas a se movimentar repetidamente, de acordo com a agência da ONU para os refugiados palestinos. Muitos estão abrigados em barracas que mal as protegem do tempo e de doenças.
Um deles, Mohammed al-Ghandour, queria dar à sua noiva um lindo casamento, mas ambos tiveram de fugir da sua casa em Gaza. Eles finalmente se casaram nesta semana, em uma cidade de barracas em Rafah, perto da fronteira com o Egito, onde vivem agora.
“Minha felicidade está provavelmente em 3%, mas vou me preparar para a minha esposa. Eu quero fazê-la feliz”, afirmou.
(Reportagem de Nidal al-Mughrabi em Doha, Ibraheem Abu Mustafa em Gaza, Henriette Chacar em Tel Aviv e Emma Farge em Genebra)
Escrito por Reuters
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