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Em aceno a agronegócio, Alckmin diz que facilitará porte de armas e oferta de crédito no campo

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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira que vai facilitar o porte de armas na área rural e adotar medidas para estimular a produção do agronegócio, como a redução das taxas cobradas na concessão de crédito, o estímulo para cooperativas emprestarem recursos e iniciativas para acabar com o protecionismo de países e abrir novos mercados.

Em sabatina com candidatos a presidente promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o tucano disse que o agronegócio vai ser o “motor” da economia brasileira, impulsionando a indústria e o setor de serviços.

“Essa é uma vocação nossa, uma vantagem comparativa, competitiva extraordinária, o governo tem que ser parceiro”, disse.

Alckmin --que busca garantir votos do agronegócio, setor que tem apostado no candidato do PSL, Jair Bolsonaro-- reafirmou ser a favor de uma facilitação do porte de armas no campo e citou que a área é “diferente” da zona urbana.

“Defendo, sim, que na área rural tenha porte de armas. Claro que é o governo que tem que combater a criminalidade”, destacou o candidato, ao dizer que vai criar uma agência especializada com vários órgãos de segurança pública federal e estadual a fim de combater crimes e instituir polícias especializadas na zona rural.

No início do evento, o presidente da CNA, João Martins, fez uma crítica indireta aos presidenciáveis que foram convidados e não compareceram, como Bolsonaro e o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, que tem como vice a senador Kátia Abreu, também do PDT, ex-presidente da CNA.

“Todos foram convidados, os que não vieram é porque não quiseram dialogar com o agronegócio brasileiro”, disse.

DESAPROPRIAÇÃO

Alckmin disse que vai editar uma medida provisória, adotada inicialmente no governo Fernando Henrique Cardoso, para ampliar o prazo de dois para quatro anos para que uma área invadida possa ser objeto de um processo de desapropriação.

O tucano afirmou também que vai se empenhar para garantir o cumprimento de decisões judiciais de reintegração de posse.

“Invadiu, desinvade (sic). Muitas vezes há decisão judicial, reintegração judicial que não é cumprida”, criticou ele, que foi aplaudido.

TABELAMENTO

O candidato classificou como um “retrocesso” o tabelamento do frete e defendeu que é preciso buscar o interesse coletivo. Contudo, ele foi evasivo sobre o que faria com a medida adotada pelo governo Michel Temer para pôr fim à greve dos caminhoneiros e que está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Alckmin defendeu que haja uma correção a cada 30 dias no preço do combustível fornecido pela Petrobras e que se adote uma espécie de “colchão tributário” para amortecer o preço do produto quando ele subir internacionalmente.

O tucano afirmou que uma solução para baratear o preço do diesel é quebrar o monopólio na prática que a Petrobras tem sobre o refino do petróleo, citando que a estatal é responsável por 98 por cento dessa operação no país.

TRUMP

O candidato disse que vai trabalhar para abrir os produtos brasileiros para novos mercados, firmando novos acordos comerciais, e também buscando acabar com barreiras protecionistas, inclusive levando demandas à Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Se os outros fazem acordos comerciais e nós não, vamos perder preferência”, argumentou.

Alckmin afirmou que considera uma “visão equivocada” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotar medidas protecionistas, o que, em sua avaliação, só pode levar à redução da força do comércio mundial.

Ainda assim, o tucano disse que o relacionamento comercial com os EUA é “ótimo”, uma “maravilha”, porque não temos déficit. Ele avaliou também que não quer “brigar” com a China, destacando que o país asiático pode ser o maior parceiro comercial do Brasil.

“Vejo no comércio exterior e na política internacional um grande caminho para crescer mais”, disse.

MULHERES

Acompanhado da sua vice --a senadora gaúcha Ana Amélia (PP), que tem influência no setor agrícola--, Alckmin fez acenos a ela e às mulheres, numa contraposição a Bolsonaro, que tem registrado índices menores de apoio no público feminino que no masculino.

“As mulheres são maioria, 52 por cento da população, são melhores que nós homens, temos que reconhecer isso”, disse, ao defender o empoderamento delas.

“Temos que garantir oportunidades, zelar pelo pluralismo e garantir oportunidade a todos. As mulheres serão o centro do nosso governo”, completou.

Escrito por Thomson Reuters

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