Em Buenos Aires, Bolsonaro diz temer 'novas Venezuelas' e pede racionalidade a argentinos em eleição
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(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, em Buenos Aires, que há uma preocupação na América do Sul com a possibilidade de surgirem 'novas Venezuelas' na região e, ao lado de seu colega argentino, Mauricio Macri, fez um apelo para que os argentinos sejam mais racionais e menos emocionais ao votarem na eleição presidencial deste ano no país.
'Eu acho que toda a América do Sul está preocupada que não tenhamos novas Venezuelas na região. Devemos nos preocupar e tomar decisões concretas neste sentido', disse Bolsonaro em declaração conjunta ao lado de Macri, que tentará a reeleição no pleito de outubro, quando terá como principal adversário Alberto Fernández, ex-chefe de gabinete da Presidência e que tem como candidata a vice a ex-presidente argentina Cristina Kirchner.
Bolsonaro já se manifestou publicamente contrário à volta de Cristina ao poder, afirmando que isso seria um retrocesso e que poderia transformar a Argentina em uma nova Venezuela, país que vive uma crise econômica, social e política sob comando de Nicolás Maduro.
'Conclamo ao povo argentino que Deus abençoe a todos eles, porque terão pela frente agora, mês de outubro, eleições. E todos têm que ter --assim como no Brasil grande parte teve-- muita responsabilidade, muita razão e menos emoção para decidir o futuro desse país maravilhoso que é a Argentina', disse Bolsonaro.
'Que Deus abençoe o povo argentino para esse momento que se aproxima, para que possa escolher o melhor, porque dessa forma teremos paz, teremos prosperidade e alegria entre os nossos povos', acrescentou.
MERCOSUL-UE
O presidente também disse que o Mercosul --formado além de Brasil e Argentina por Uruguai e Paraguai-- está 'na iminência' de assinar um acordo comercial com a União Europeia, e elogiou o esforço de Macri nas negociações.
Mais tarde, em entrevista a jornalistas ainda na capital argentina, Bolsonaro afirmou que faltam poucos detalhes para um acordo com a UE e disse que ele deve ser fechado 'em semanas'.
'São pequenos detalhes, é importante para os dois países, faz quase 30 anos, se não me engano. Está faltando a questão dos vinhos, laticínios, umas coisinhas. O (ministro da Economia) Paulo Guedes já entrou em campo e nós vamos resolver essa questão para as próximas semanas', disse o presidente aos jornalistas.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)
Escrito por Reuters
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