Estudo americano faz descoberta sobre causa da Síndrome do Olho Seco
A descoberta foi detalhada na revista Science Translational Medicine.
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Principalmente em locais e períodos secos, a síndrome do olho seco é um dos problemas oculares mais recorrentes na população. Por isso, pesquisadores norte-americanos decidiram se debruçar sobre o assunto e obtiveram sucesso: descobriram que ela pode ser consequência de uma disfunção no sistema de defesa do corpo. Experimentos com cobaias e testes em humanos mostraram que células protetoras se acumulam em glândulas dos olhos, levando à doença
O que já se sabia era que a síndrome está relacionada a problemas nas glândulas meibomianas, que secretam óleos na abertura das pálpebras, cada vez que o olho pisca, para mantê-lo úmido.
“A disfunção dessa glândula causa irritação e é o maior fator de risco para doença do olho seco. Entretanto, como os pacientes desenvolvem essa condição era pouco compreendido”, conta ao Correio Daniel Saban, um dos autores do estudo e professor Associado de Oftalmologia da Universidade Duke.
Os cientistas descobriram que camundongos com problemas oculares graves desenvolveram obstruções nessas glândulas graças ao acúmulo de células-T, chamadas neutrófilos polimorfonucleares (PMNs).
Geralmente, o tratamento para a síndrome é feito por lubrificação externa. Mas, segundo Saban, a descoberta é um caminho a ser explorado no desenvolvimento de novos medicamentos. “O mercado é robusto para novas drogas capazes de modular o sistema imunológico. Com a nova compreensão de como as células imunes estão envolvidas nessa condição, as descobertas poderão ser traduzidas em uma droga que já está no mercado e será reaproveitada para aliviar a síndrome do olho seco”, diz.
Para Tarciso Schirmbeck, oftalmologista do Visão Institutos Oftalmológicos, em Brasília, o estudo americano conclui uma suspeita comum nas clínicas. “Ainda não havia uma comprovação tão bem documentada, mas imaginávamos que era algum tipo de inflamação”, diz. O médico também acredita que o trabalho poderá ajudar no desenvolvimento de testes que identifiquem o problema. “Um exame para quantificar os neutrófilos da lágrima e ajudar a definir se o paciente apresenta o olho seco por causa da resposta autoimune renderia um tratamento mais específico, talvez algum tipo de bloqueador”, afirma.
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