Ex-presidente do Peru Alberto Fujimori pretende se candidatar de novo a Presidência
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Por Marco Aquino e Alexander Villegas
LIMA (Reuters) - Alberto Fujimori que governou o Peru com punho de ferro por uma década em meio a escândalos de corrupção e violações de direitos humanos, planeja concorrer à Presidência em um cenário de incerteza política e polarização.
A sua filha Keiko, que tentou sem sucesso a Presidência em três ocasiões diferentes, anunciou a notícia no domingo, atraindo as atenções para o ex-presidente de 85 anos, que foi libertado da prisão em dezembro depois que um tribunal de apelação restabeleceu o seu perdão.
Especialistas jurídicos e analistas, contudo, questionam a sua viabilidade para o pleito de 2026 por conta das suas condenações prévias.
'Um perdão presidencial o exonerou da prisão, mas o seu status legal é de alguém que não cumpriu a sua pena,' disse Anibal Quiroga, um advogado constitucionalista, que afirma que o artigo 33º da Constituição peruana retira os direitos políticos após sentenças de prisão por condenações criminais.
Fujimori deve 15 milhões de dólares em danos civis em três casos separados. Especialistas dizem que a sua candidatura deve ser decidida pela autoridade eleitoral do país.
“A ambição política de Fujimori sem medir as consequências pode colocar o país em mais incerteza”, disse Quiroga.
Há pelo menos 30 partidos registrados para a eleição de 2026 e Gonzalo Banda, um analista político peruano, disse que Fujimori tenta restabelecer o seu partido como a força dominante na direita.
O movimento político de Keiko e Fujimori se distanciou do ex-presidente condenado em eleições recentes, tentando se apresentar como mais moderado e se desculpando pelos erros cometidos durante seu governo. Ao perder várias eleições na sequência, contudo, Banda afirma que há uma “guinada” rumo a políticas tradicionais da direita mais dura.
O anúncio de Fujimori pai indica aos eleitores que o seu partido está voltando para as suas raízes de direita em um momento em que o crime e a violência representam grandes preocupações, afirma Banda, mesmo se ele não chegar ao segundo turno.
Para ser eleito no primeiro turno, um candidato precisa de uma maioria de 50%, caso contrário os dois primeiros colocados disputam uma segunda rodada.
((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC
Escrito por Reuters
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