EXCLUSIVO-Desmatamento na Colômbia em 2024 deve ficar entre os níveis baixos em 23 anos, diz ministra
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Por Oliver Griffin
BOGOTÁ (Reuters) - É esperado que o desmatamento na Colômbia em 2024 tenha sido maior do que o do ano anterior, mas ainda assim deve ficar entre um dos menores em mais de duas décadas, disse a ministra do Meio-Ambiente, Susana Muhamad, nesta segunda-feira.
O desmatamento caiu em mais de um terço, de aproximadamente 1.235 km em 2022 para cerca de 792 km quadrados em 2023, disse a ministra do Meio-Ambiente.
No ano passado, Muhamad alertou que seria improvável repetir o sucesso de 2023 em meio a secas e uma interrupção nas negociações com rebeldes dissidentes, acusados pelo governo de alimentarem a extração ilegal de madeira, construções de estradas e criação de gado.
Muhamad, que anunciou sua renúncia no último domingo mas ainda não foi substituída, liderava os esforços para reduzir o desmatamento, após os índices de destruição na Amazônia colombiana e de outros ecossistemas crescerem durante o governo do ex-presidente, Ivan Duque.
'O número de 2024 será o terceiro menor em 23 anos', disse Muhamad, à Reuters.
Sua renúncia, após o presidente Gustavo Preto indicar um assessor muito questionado para o seu gabinete, é 'irrevogável', disse a ministra.
Ainda é cedo para sugerir quem poderia substituí-la, acrescentou Muhamad, dizendo que trabalha com sua equipe para deixar as coisas prontas para seu sucessor.
Uma das ministras mais longevas do gabinete de Petro, Muhamad disse em entrevista estar orgulhosa do seu trabalho em relação ao desmatamento e à cúpula de biodiversidade da ONU realizada na Colômbia no fim do ano passado.
As negociações da cúpula resultaram em um plano para cobrar farmacêuticas e outras empresas pelo uso de informações genéticas para a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos comerciais, mas não foi possível chegar a um acordo sobre como mobilizar U$200 bilhões anuais em financiamento para a conservação até 2030.
Muhamad afirmou que espera permanecer no cargo até a conclusão das negociações sobre biodiversidade a serem retomadas em Roma neste mês.
(Reportagem de Oliver Griffin)
Escrito por Reuters