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EXCLUSIVO-Parlamentares dos EUA e do Brasil buscam cooperar em investigação de ataques em Brasília

Placeholder - loading - Pessoas presas por invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília 08/01/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino
Pessoas presas por invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília 08/01/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

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Por Gram Slattery, Brad Haynes e Maria Carolina Marcello

WASHINGTON/BRASÍLIA, 11 Jan (Reuters) - Parlamentares dos Estados Unidos e do Brasil estão buscando maneiras de cooperar em uma investigação sobre os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília por manifestantes bolsonaristas, compartilhando lições de investigações sobre a invasão ao Capitólio norte-americano em 2021, disseram pessoas familiarizadas com as conversas.

As discussões iniciais ocorreram à medida que mais de 70 parlamentares dos dois países assinaram uma declaração conjunta denunciando forças 'antidemocráticas' que tentam derrubar as recentes eleições em seus países com violência política.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), no domingo, em um ataque pedindo um golpe contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O deputado norte-americano Bennie Thompson, presidente do comitê recentemente dissolvido que investigou o ataque de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA, é um dos parlamentares cujo gabinete está discutindo a colaboração, segundo uma das fontes.

'Estou extremamente orgulhoso do trabalho e do relatório final do Comitê Seleto do 6 de Janeiro. Se servir de modelo para investigações similares, ajudarei no que for possível', disse Thompson em comunicado por escrito.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também discutiu a ideia de cooperação com o principal diplomata dos EUA em Brasília atualmente, disse uma outra pessoa familiarizada com a conversa.

A fonte, que é próxima a Pacheco, disse que o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Douglas Koneff, foi receptivo à ideia de compartilhar 'know-how' da investigação contra os apoiadores do então presidente norte-americano, Donald Trump, que atacaram o Capitólio em uma tentativa fracassada de impedir o Congresso de certificar a vitória de Joe Biden nas eleições do país.

O gabinete de Pacheco e a embaixada dos EUA em Brasília não responderam imediatamente a pedidos de comentários.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse nesta quarta-feira que os EUA não receberam qualquer pedido específico do Brasil sobre a recente violência em Brasília, mas que responderia 'rapidamente' se e quando um pedido chegar.

Separadamente, um grupo de 74 parlamentares federais dos Estados Unidos e do Brasil divulgou uma comunicado conjunto condenando a violência política em Brasília e Washington, que ocorreu com dois anos e dois dias de intervalo.

A declaração, assinada principalmente por parlamentares progressistas dos ambos os países, foi articulada pelo Washington Brazil Office, grupo que promove o diálogo bilateral em defesa dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável.

'Não é segredo que agitadores da extrema direita no Brasil e nos Estados Unidos estão coordenando esforços', escreveram, citando laços entre aliados de Trump e de Bolsonaro. 'Assim como os extremistas de extrema direita estão coordenado seus esforços para minar a democracia, devemos permanecer unidos em nossos esforços para protegê-la.'

Nos EUA, o relatório final da comissão que investiga os ataques de 6 de Janeiro, divulgado pouco antes do Natal, concluiu que Trump deveria enfrentar acusações criminais por incitar o ataque letal. O relatório listou 17 descobertas específicas, discutiu as implicações legais das ações do ex-presidente e de alguns de seus aliados e incluiu encaminhamentos criminais ao Departamento de Justiça sobre Trump e outros indivíduos.

(Reportagem de Gram Slattery, em Washington; Brad Haynes, em São Paulo; e Maria Carolina Marcello, em Brasília)

Escrito por Reuters

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