EXLUSIVO-Um em cada 10 republicanos diz ser menos provável votar em Trump após condenação, mostra pesquisa Reuters/Ipsos
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Por Jason Lange
WASHINGTON (Reuters) - Dez por cento dos republicanos registrados para votar dizem que estão menos propensos a apoiar o ex-presidente Donald Trump depois de ele ser condenado por falsificar registros financeiros para encobrir o pagamento de suborno a uma atriz pornô, mostrou uma pesquisa Reuters/Ipsos finalizada nesta sexta-feira.
A pesquisa de dois dias, conduzida nas horas seguintes à condenação do candidato presidencial por um júri de Manhattan, na quinta-feira, também mostrou que 56% dos republicanos registrados afirmaram que o caso não afetará sua escolha, e 35% disseram que estão ainda mais propensos a apoiar Trump, que afirmou que as acusações contra ele têm motivações políticas e prometeu recorrer da decisão.
A potencial perda de um décimo dos eleitores do seu partido é mais significativa para Trump do que o apoio firme de mais de um terço dos republicanos, já que muitos destes últimos votariam nele independentemente da condenação.
Entre os eleitores independentes registrados, 25% afirmaram que a condenação de Trump torna menos provável o voto nele, contra 18% que disseram estar mais propensos a apoiá-lo e 56% que afirmam que a condenação não terá impacto na sua decisão.
O veredicto pode sacudir a corrida entre Trump, que foi presidente de 2017 a 2021, e o atual mandatário, o democrata Joe Biden, no dia 5 de novembro. As eleições presidenciais norte-americanas são normalmente decididas por margens estreitas e alguns Estados-chave. Assim, um pequeno número de eleitores deixando de apoiar um dos candidatos pode ter um grande impacto no resultado.
A corrida eleitoral entre Biden e Trump permanece acirrada, com 41% dos eleitores dizendo que votariam em Biden se a eleição fosse hoje, contra 39% dos que prefeririam Trump, de acordo com a pesquisa, que ouviu 2.556 adultos em todo os Estados Unidos.
A estreita liderança de Biden estava dentro da margem de erro de cerca de 2 pontos percentuais da pesquisa online para eleitores registrados, em linha com uma pesquisa Reuters/Ipsos do início do mês que mostrou Trump e Biden com 40% de apoio cada. Em ambas as pesquisas, cerca de um em cada cinco eleitores disse estar indeciso, inclinado a um candidato de outro partido ou que talvez não vote.
A eleição ainda está a mais de cinco meses de distância, o que significa que muita coisa pode mudar até 5 de novembro, e alguns estrategistas republicanos dizem acreditar que a notícia da condenação de Trump terá pouca influência na avaliação dos eleitores até lá.
Trump receberá sua sentença em 11 de julho, e a pesquisa mostrou que o eleitorado está dividido sobre se ele deve ir para a prisão por seus crimes, com 53% dos eleitores registrados dizendo que ele não deve ser preso por causa desse caso e 46% dizendo que ele deve cumprir pena.
O encarceramento não impediria Trump de fazer campanha ou de assumir o cargo, caso ganhasse. Sua audiência de sentença ocorrerá poucos dias antes de o Partido Republicano nomeá-lo formalmente como candidato à Presidência em sua convenção em Milwaukee.
Os eleitores estão divididos quanto ao fato de o caso contra Trump ter sido motivado politicamente, com 52% dizendo que o indiciamento foi principalmente para defender o estado de direito e 46% dizendo que foi para tentar impedir Trump de voltar à Casa Branca.
Trump foi indiciado em três outros casos criminais, mas as disputas legais podem impedir que esses julgamentos ocorram antes da eleição de novembro. Acadêmicos da área jurídica consideram os julgamentos pendentes -- que envolvem acusações de que Trump se envolveu em fraude eleitoral e de que ele manipulou documentos confidenciais após deixar o cargo -- mais sérios do que o caso do suborno. Trump se declarou inocente de todas as acusações contra ele.
Cerca de 60% dos eleitores registrados disseram que era importante que os três julgamentos pendentes ocorressem antes da eleição, em comparação com 39% que disseram que não era importante e 1% que não respondeu à pergunta.
Escrito por Reuters
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