Fávaro defende aprovação de fundo para o caso de Brasil ser atingido por gripe aviária
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SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu nesta quarta-feira que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei 4583/20, que cria o Fundo Nacional de Defesa Sanitária Animal (Fundesa), e seria utilizado se o Brasil vier a registrar casos de gripe aviária ou de peste suína africana, que demandam o sacrifício dos animais.
'O fundo de defesa sanitária é fundamental. Até agora escapamos (da gripe aviária) graças à competência de produtores que têm sistema de produção... por isso não temos gripe aviária, com um pouco de sorte, mas muito mais por competência', disse Fávaro.
O ministro, entretanto, afirmou acreditar que em algum momento a gripe aviária chegará ao Brasil, maior exportador global de carne de frango, o que poderia gerar prejuízos para criadores e exportadores. O temor aumentou após vizinhos como Argentina e Uruguai registrarem a doença.
'Mas não tenham dúvida, em algum momento vai chegar a gripe aviária no Brasil', disse ele, ao comentar questões de parlamentares durante audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
Conforme o texto do projeto de lei, o valor das indenizações e as ações emergenciais passíveis de apoio do fundo serão definidos em regulamento.
Além disso, o fundo seria gerido por representantes do Poder Executivo e contaria, entre as suas fontes de recursos, com dotações orçamentárias da União e contribuições de frigoríficos e produtores.
'Tem que ter um fundo para que possa indenizar... para minimizar os impactos', disse ele, citando eventuais problemas a alguns pequenos criadores.
A proposta tramita em caráter conclusivo nas comissões da Câmara, ou seja, ela não precisará passar pelo plenário antes de seguir ao Senado.
O projeto já teve um parecer aprovado na Comissão Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Atualmente, ele está na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) esperando que seja definido um relator.
'Precisamos ter um sistema de defesa sanitária muito ativo, precisamos que o Parlamento nos ajude.'
CONTRA INVASÕES
O ministro também reafirmou a importância de o Estado promover a reforma agrária 'ordeira', refutando ilegalidades como invasões de terra por movimentos como o MST.
'Não faz nenhum sentido em um governo do presidente Lula, que abre as portas aos movimentos sociais, ter invasão de terra, desrespeitar a lei', disse ele, pedindo pacificação e ressaltando que terra invadida não é passível de reforma agrária.
(Por Roberto Samora e Maria Carolina Marcello)
Escrito por Reuters
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