“Fazendas de Inteligência Artificial”: nova estratégia publicitária do Google
Onda de sites de notícias escritos por IA aumentam espaços de anúncio na web
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As ferramentas de inteligência artificial estão dominando o mundo. No âmbito da internet, essa tecnologia invadiu a dinâmica informativa e publicitária. Em apuração, a consultoria americana NewsGuard identificou o surgimento de um novo fenômeno chamado Fazendas de Inteligência Artificial do Google.
Segundo o veículo, há uma ascensão de sites de notícia que são abastecidos apenas com atividade de Inteligência Artificial. Alimentados pela rapidez dessa tecnologia, os portais produzem um alto volume de conteúdo, ampliando espaço para inserções publicitárias.
Desde abril de 2023, a consultoria americana vem buscando identificar sites de notícias considerados suspeitos por sua alta produção de conteúdo escrito por Inteligência Artificial e uma saturação de anúncios indexados.
Segundo o relatório “Financiando a Próxima Geração de Fazenda de Conteúdo”, a NewsGuard levantou quase 400 anúncios de 141 marcas diferentes em pelo menos 55 desses sites, sendo mais de 90% colocados pelo Google Ads, maior plataforma de publicidade do gênero.
O relatório classifica esses sites como Fazendas de Produção de Conteúdo pela intensa produção de matérias em tempo recorde, abrindo espaço para os anúncios. Sem expor nomes, a consultoria cita um veículo que produz uma média de 1200 posts por dia.
Procurado pela Folha de São Paulo, um representante do Google Brasil enviou um posicionamento sobre a participação da plataforma na estratégia das “Fazendas de Inteligência Artificial”: “(O Google tem) políticas rígidas que regem o tipo de conteúdo que pode gerar receita em sua plataforma de publicidade. Por exemplo, não permitimos que anúncios sejam exibidos com conteúdo que tenha sido apenas copiado de outros sites”.
“Ao aplicar essas políticas, nos concentramos na qualidade do conteúdo, e não em como ele foi criado. E bloqueamos ou removemos a veiculação de anúncios se detectarmos violações”, finalizou.
Em outra análise, realizada pela Adalytics - empresa de mensuração de anúncios - e veiculada pelo Advertising Age, evidencia-se ainda uma dinâmica de publicidade adversa praticada pelo Google: a de anúncios pregressos em vídeos.
A empresa apurou algumas irregularidades e discrepâncias para com os anunciantes impulsionados pelo Google. Uma série de anúncios puláveis, típicos da demanda publicitária do YouTube, foram encontrados em demais sites e plataformas de qualidade inferior, conhecidos como Google Video Partners (GVP).
Em resposta, o Google negou as alegações feitas pela empresa analítica. “O relatório implica erroneamente que a maior parte dos gastos com campanhas é executada no GVP, e não no YouTube. Isso simplesmente não está certo”, afirmou Marvin Renaud, diretor de soluções globais de vídeo do Google.
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