FMI aprova plano para aumentar recursos para empréstimos sem mudanças em participação acionária
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Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta terça-feira que seu conselho executivo aprovou uma proposta de aumento de 50% dos recursos da cota de contribuição dos países membros proporcional às suas atuais participações no FMI.
A proposta seguiria, em grande medida, um plano apoiado pelos EUA que aumentaria os recursos de empréstimo do FMI, mas adiaria qualquer aumento da participação acionária para China, Índia, Brasil e outras economias emergentes de rápido crescimento. Mas o FMI disse que o conselho solicitou um cronograma acelerado para o desenvolvimento de opções para orientar o realinhamento da fórmula de cotas do Fundo até junho de 2025.
O FMI disse que o aumento de 50% no financiamento de cotas -- equivalente a cerca de 314 bilhões de dólares nas taxas de câmbio atuais -- não aumentará seu poder de fogo geral de empréstimos de cerca de 1 trilhão de dólares, mas mudaria a composição em favor de recursos mais permanentes.
Atualmente, o Fundo depende de acordos bilaterais de empréstimos e de repasses a um fundo para crises chamado Novos Acordos de Empréstimo para quase 60% de seus recursos de empréstimo. A agência afirmou que esses recursos seriam reduzidos para manter a atual capacidade geral de empréstimo do Fundo.
O aumento da cota 'ajudará a preservar um FMI forte, baseado em cotas e com recursos adequados no centro da Rede de Segurança Financeira Global', disse a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, em um comunicado.
'Um FMI com recursos adequados é essencial para proteger a estabilidade financeira global e atender às possíveis necessidades dos membros em um mundo incerto e propenso a choques', acrescentou.
O plano ainda precisa ser aprovado pela Assembleia de Governadores do FMI, que inclui representantes de todos os 190 Estados membros, com uma votação solicitada até 15 de dezembro. A proposta, que recebeu amplo apoio durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial no mês passado no Marrocos, precisa de uma maioria de 85% do poder de voto do Fundo para ser implementada.
Escrito por Reuters
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