FMI deve vender reservas de ouro para ajudar países atingidos pelas mudanças climáticas, diz estudo
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Por Duncan Miriri
NAIRÓBI (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) deveria vender 4% de suas reservas de ouro para ajudar a oferecer alívio sobre a dívida de países de baixa renda devastados por catástrofes climáticas, de acordo com um estudo, à medida que o tema do financiamento climático domina as negociações da COP29.
Do Caribe à África, países de baixa renda têm recorrido ao FMI nos últimos anos em busca de apoio para enfrentar choques como a pandemia da Covid-19, aumentando os pagamentos ao credor nos anos seguintes.
Embora o FMI tenha um mecanismo conhecido como Catastrophe Containment Relief Trust (CCRT), ele abrange somente 30 países pobres e tem apenas 103 milhões de dólares disponíveis, disseram pesquisadores do Centro de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston.
O CCRT é usado para pagar os empréstimos de um Estado membro elegível ao FMI por até dois anos, proporcionando alívio imediato e permitindo que esses fundos sejam direcionados a outras prioridades.
'Muitos países vulneráveis ao clima não têm conseguido acessar o CCRT, pois seus critérios de elegibilidade não levam em conta a vulnerabilidade climática e o financiamento é severamente limitado', disseram os pesquisadores em um relatório.
A solução está na venda de alguns dos 90,5 milhões de onças de ouro do FMI, segundo o relatório, aproveitando os preços elevados para impulsionar o fundo e cobrir mais países.
A venda de 4% do ouro do FMI geraria 9,52 bilhões de dólares, segundo o estudo, cobrindo a dívida de 86 países.
'Com os preços atuais do ouro acima de 2.600 dólares por onça, a venda de uma pequena fração do ouro tem o potencial de gerar receitas significativas e reabastecer facilmente o CCRT', disse o estudo.
O ouro estava sendo negociado a 2.606,42 dólares por onça nesta quarta-feira.
As vendas de reservas de ouro do FMI são raras. A última foi entre 2009 e 2010, quando o FMI se desfez de um oitavo de suas reservas, o que foi desencadeado pela necessidade de aumentar sua capacidade de empréstimo.
Escrito por Reuters
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