Forças Armadas e polícia do Peru declaram apoio a Vizcarra após suspensão do Congresso
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LIMA (Reuters) - Os comandos das Forças Armadas e da polícia de Peru apoiaram o presidente Martín Vizcarra depois que o mandatário ordenou a dissolução do Congresso com o objetivo de renová-lo e de parlamentares de oposição nomearem a vice-presidente como líder interina do país, em um aprofundamento da disputa pelo poder.
Os militares e a polícia mostraram seu apoio na noite de segunda-feira após quase dois terços do Congresso --comandado pela oposição-- aprovarem a suspensão temporária de Vizcarra, na pior crise política do Peru em quase duas décadas.
O gabinete da Presidência publicou um tuíte com uma foto de Vizcarra, um político de centro, sentado à mesa com o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas e os comandantes-gerais do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e da polícia, assegurando o apoio.
Vizcarra, que lançou uma campanha anticorrupção, acusa o Congresso de dificultar o trabalho do governo com frequentes interpelações a ministros, além de pressionar pela renúncia de membros do gabinete com o voto majoritário do partido de direita liderado por Keiko Fujimori, ex-candidata à Presidência que está detida enquanto a investigam por lavagem de dinheiro.
Cerca de 86 parlamentares, dentre os 130 membros do Congresso, se negaram a deixar a Casa na noite de segunda-feira e, em uma inesperada sessão, aprovaram a suspensão das funções de Vizcarra por 12 meses devido a 'incapacidade temporária'.
Pouco depois, os parlamentares da oposição proclamaram a vice-presidente, Mercedes Aráos, como chefe de Estado interina.
A decisão de Vizcarra sobre suspender o Congresso e convocar eleições parlamentares ocorreu logo após os congressistas nomearem um dos membros do Tribunal Constitucional apesar dos avisos do presidente de que suspenderia a Câmara se assim fizessem.
'Diante da negação factual da confiança e em respeito irrestrito à Constituição política do Peru, decidi dissolver constitucionalmente o Congresso e convocar eleições de deputados da República', disse Vizcarra.
Aráoz, antes de assumir o cargo de presidente interina, disse que irá à Organização dos Estados Americanos (OEA) para ajudar o Peru a resolver o 'impasse político'.
A ação do presidente foi uma resposta à decisão do Congresso de arquivar um projeto seu para avançar nas eleições gerais, a fim de tentar acabar com o conflito entre os dois poderes.
(Reportagem de Marco Aquino)
Escrito por Reuters
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