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Gabinete israelense adia aprovação de acordo de cessar-fogo em Gaza; ataques ao enclave matam 77 pessoas

Placeholder - loading - Judeus perto de tanque em local próximo à fronteira de Israel e Gaza  16/1/2025    REUTERS/Amir Cohen
Judeus perto de tanque em local próximo à fronteira de Israel e Gaza 16/1/2025 REUTERS/Amir Cohen
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Por Andrew Mills e Nidal al-Mughrabi e Maayan Lubell

DOHA/CAIRO/JERUSALÉM (Reuters) - Israel anunciou ter adiado a realização de uma reunião do gabinete na quinta-feira para ratificar um cessar-fogo com o Hamas, culpando o grupo militante pela demora, enquanto autoridades palestinas disseram que ataques aéreos israelenses durante a noite mataram 77 pessoas em Gaza.

O representante sênior do Hamas Izzat el-Reshiq afirmou que o grupo permanece comprometido com o acordo de cessar-fogo, acertado um dia antes, que está programado para entrar em vigor a partir de domingo, pondo fim a 15 meses de derramamento de sangue.

O enviado do presidente norte-americano Joe Biden, Brett McGurk, e o enviado do presidente eleito Donald Trump, Steve Witkoff, estavam em Doha com mediadores de Egito e Catar trabalhando para resolver a última disputa remanescente, disse uma autoridade dos EUA, que falou sob condição de anonimato.

A disputa envolve as identidades de vários prisioneiros que o Hamas está exigindo que sejam libertados e espera-se que seja resolvida em breve, segundo a autoridade dos EUA.

O porta-voz do governo israelense David Mencer disse aos repórteres que os negociadores israelenses estavam em Doha para chegar a uma solução.

O complexo acordo de cessar-fogo surgiu na quarta-feira, após mediação de Catar, Egito e EUA, para pôr fim à guerra que devastou o território costeiro e inflamou o Oriente Médio.

O acordo prevê um cessar-fogo inicial de seis semanas com a retirada gradual das forças israelenses da Faixa de Gaza, onde dezenas de milhares de pessoas foram mortas. Os reféns tomados pelo grupo militante Hamas, que controla o enclave, seriam libertados em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel.

O acordo também abre caminho para um aumento na ajuda humanitária para Gaza, onde a maioria da população foi deslocada e está enfrentando escassez aguda de alimentos, alertaram especialistas em segurança alimentar no final do ano passado.

Filas de caminhões de ajuda estavam alinhados na cidade fronteiriça egípcia de El-Arish, esperando para atravessar para Gaza, assim que a fronteira for reaberta.

A aceitação do acordo por parte de Israel não será oficial até que seja aprovada pelo gabinete de segurança e pelo governo do país, e a votação estava prevista para quinta-feira.

No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, adiou a reunião, acusando o Hamas de fazer exigências de última hora e voltar atrás nos acordos.

'O gabinete israelense não se reunirá até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo', informou um comunicado do gabinete de Netanyahu.

A linha dura do governo de Netanyahu ainda esperava impedir o acordo, embora a maioria dos ministros deva apoiá-lo.

O partido Sionista Religioso, do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, disse em um comunicado que sua condição para permanecer no governo seria o retorno à luta no final da primeira fase do acordo, a fim de destruir o Hamas e trazer todos os reféns de volta. O ministro da polícia, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, também ameaçou deixar o governo se o cessar-fogo for aprovado.

Em Jerusalém, alguns israelenses marcharam pelas ruas carregando caixões simulados em protesto contra o cessar-fogo, bloqueando estradas e brigando com a polícia.

Apesar do adiamento da reunião do gabinete, comentaristas políticos da emissora pública de Israel, Kan, disseram que o último atraso provavelmente seria resolvido e que o cessar-fogo é um acordo fechado.

Escrito por Reuters

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