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Governo do Egito adia visita oficial do Brasil após declarações de Bolsonaro sobre embaixada em Jerusalém

Governo do Egito adia visita oficial do Brasil após declarações de Bolsonaro sobre embaixada em Jerusalém

Thomson Reuters

05/11/2018

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BRASÍLIA (Reuters) - Depois das reiteradas declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro de que iria transferir a embaixada do Brasil em Israel de Telaviv para Jerusalém, o governo do Egito adiou sem previsão de nova data uma visita do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, que estava marcada para os dias 8 a 11 deste mês.

A informação oficial repassada pela chancelaria egípcia é que a viagem precisaria ser adiada por problemas de agenda das altas autoridades do país. Aloysio teria encontros com o chanceler do país, Sameh Shoukry, e o presidente, Abdel Fattah el-Sisi.

No entanto, fontes do Itamaraty admitem que o cancelamento –em cima da hora e sem sugestão de uma nova data, o que não é o protocolo nas relações diplomáticas– é um sinal do desagrado do país árabe com as posições do novo presidente brasileiro.

Bolsonaro já havia falado durante a campanha e, recentemente, reiterou em entrevista e por sua conta pessoal no Twitter, que pretende transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, seguindo o movimento feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Considera-se Jerusalém território em disputa entre Israel e a Autoridade Palestina. De acordo com o plano da Organização das Nações Unidas (ONU) para a região, com a criação de dois Estados, a cidade seria a capital de ambos, já que os dois povos a reivindicam como território ancestral. No entanto, enquanto a solução não é implantada, Jerusalém não é reconhecida pela ONU como capital de nenhum dos dois países.

A decisão de Bolsonaro, que diz não reconhecer a Palestina como nação, força uma posição brasileira de alinhamento com Israel, contrária à seguida pela diplomacia brasileira até hoje, que sempre foi de apoio à solução de dois Estados e o reconhecimento da Palestina, e desagrada os países árabes, hoje quinto destino de exportações brasileiras, especialmente de carne, frango e açúcar.

Aloysio viajaria com uma comissão de empresários, já que a intenção da visita era fortalecer as relações comerciais entre Brasil e Egito depois da assinatura de um acordo de livre comércio entre o país árabe e o Mercosul. O 2º Fórum Brasil-Egito de oportunidades de investimento aparecia com destaque na página da Câmara de Comércio Brasil-Árabe, mas foi também canceladp sem nova data.

(Por Lisandra Paraguassu)

Thomson Reuters

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