Governo promete 'banco de talentos' para ocupar vagas federais com indicados por parlamentares
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BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal vai aceitar indicações políticas para cargos na administração federal, mas os nomes terão que passar por um 'banco de talentos' que será criado pelo Palácio do Planalto antes de serem aceitos, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em entrevista à rádio Gaúcha.
Com o discurso de que o chamado 'toma lá, dá cá', entre governo e Congresso para aprovação de matérias legislativas teria acabado, o Planalto tem enfrentado dificuldades para contentar os parlamentares sem desfazer o discurso.
Na semana passada, no entanto, reportagem da Reuters mostrou que o governo tem conversado com parlamentares sobre o preenchimento de mil vagas em órgãos federais nos Estados para acalmar os partidos e ajudar a aprovação da reforma da Previdência.
Onyx disse nesta manhã que o governo deverá divulgar um decreto na próxima semana com os critérios para o preenchimento de vagas.
'Os parlamentares farão indicações técnicas, mas essas indicações tem critérios muito claros que vamos apresentar no início da próxima semana', afirmou o ministro. 'Essas indicações vão ao ministro da pasta que faz a análise, a avaliação não apenas curricular, mas chama e conversa com a pessoa e depois essa indicação poderá ou não ser aceita. Os parlamentares poderão fazer indicação mas sem nenhum compromisso de que será ou não acatada.'
Tentativa semelhante foi feita nos primeiros momentos do governo Temer, em que um decreto --ainda em vigor-- exigia experiência e conhecimento da área que a pessoa iria ocupar, mesmo autorizando indicações políticas. Onyx não esclareceu no que o governo de Jair Bolsonaro deve avançar.
Em encontro com parlamentares do PSL, na quarta-feira, o próprio presidente informou sobre a criação do 'banco de talentos'. Segundo a deputada Bia Kicis (DF), essa plataforma será elaborada e administrada pela Controladoria Geral da União e será transparente.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito)
Escrito por Thomson Reuters
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