Grupo alega que Harvard não protegeu estudantes pró-palestinos de ameaças
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Por Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - Mais de uma dúzia de estudantes alegaram nesta segunda-feira que a Universidade de Harvard não os protegeu de assédio e ameaças “unicamente baseados” em sua identidade pró-palestinos, disse o grupo que os representa.
O Fundo Legal Muçulmano da América disse que sua divisão jurídica apresentou uma queixa de direitos humanos nesta segunda-feira ao Gabinete de Direitos Civis do Departamento de Educação dos EUA, em nome desses estudantes. O grupo cobrou uma investigação de Harvard.
Ativistas dos direitos humanos notaram um crescimento de islamofobia, viés antipalestinos e antissemitismo nos EUA desde a eclosão da guerra no Oriente Médio.
Entre os incidentes antipalestinos que geraram preocupação estão um tiroteio em Vermont em novembro, contra três estudantes de origem palestina, e o assassinato a faca de uma criança -norte-americana-palestina de seis anos, em Illinois, em outubro.
Os estudantes de Harvard alegaram “assédio, intimidação, ameaças e mais, baseados unicamente no fato de serem palestinos, árabes, muçulmanos e apoiadores dos direitos palestinos”, afirmou o grupo.
Eles acrescentaram que também foram alvos de ataques racistas, doxxing (expor informações pessoais ao público pela internet), perseguições e agressões, incluindo pela utilização de keffiyehs, ou lenços palestinos.
Um porta-voz de Harvard afirmou que a universidade não tinha comentários sobre a queixa desta segunda-feira, mas acrescentou que a instituição tem recursos em vigor para apoiar estudantes, incluindo uma força-tarefa anunciada na sexta-feira para combater a islamofobia e viés antiárabe.
As tensões estão fervendo em Harvard e outras universidades dos EUA em função das repercussões do ataque do Hamas em 7 de outubro contra Israel e da ofensiva subsequente do país em Gaza.
No começo deste mês, Claudine Gay renunciou como presidente de Harvard, após críticas ao seu depoimento no Congresso sobre antissemitismo. Ela e outras duas presidentes de universidade se recusaram a responder definitivamente com “sim” ou “não” a uma pergunta que questionava se pedir o genocídio de judeus violaria os códigos de conduta das universidades sobre bullying e assédio, dizendo que teria que haver um equilíbrio com as proteções de liberdade de expressão.
Alguns estudantes alegaram que Harvard ameaçou “limitar ou retirar futuras oportunidades acadêmicas dos estudantes”, disse o Fundo Legal Muçulmano da América nesta segunda-feira.
Os estudantes afetados frequentam a Harvard College, a Harvard Graduate School of Arts and Sciences (artes e ciência), a Harvard Divinity School (estudos religiosos) e a Harvard Law School (direito), disse o grupo.
Alguns dos estudantes têm família em Gaza, onde as autoridades sanitárias dizem que mais de 26.000 pessoas foram mortas desde que Israel lançou sua ofensiva militar em resposta ao massacre de 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas, pela contagem israelense.
(Reportagem de Kanishka Singh em Washington)
Escrito por Reuters
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