Grupos de defesa de direito ao aborto ampliam doações em campanha eleitoral dos EUA
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Por Stephanie Kelly
NOVA YORK (Reuters) - Nos dois anos desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos reverteu o direito constitucional da mulher ao aborto, contribuições políticas que buscam proteger os direitos à interrupção da gravidez superaram em muito o apoio a causas anti-aborto.
No ciclo eleitoral 2023/2024 que vai até a votação em 5 de novembro, grupos de interesses pró-aborto deram 3,37 milhões de dólares a candidatos a cargos federais, partidos políticos e comitês de ação política (PAC) e grupos externos, em comparação a 273.000 dólares de grupos de interesses contra o aborto, segundo dados da OpenSecrets, que monitora dinheiro na política.
O patamar de gastos de interesses a favor do direito ao aborto deve ser um reforço financeiro para as campanhas de alguns candidatos democratas, inclusive do presidente Joe Biden, que tornou a proteção aos direitos ao aborto uma parte central da sua mensagem de campanha à reeleição.
Em 2022, a Suprema Corte, com uma maioria conservadora de 6 votos a 3, reverteu o seu precedente Roe v. Wade, de 1973, que legalizou o aborto nacionalmente, o que levou 14 Estados a promulgar medidas que proíbem ou restringem severamente o procedimento.
Grupos como super PACs receberam 65,8% das contribuições daqueles que apoiam o direito ao aborto neste ciclo eleitoral, segundo uma análise da Reuters dos dados da OpenSecrets.
Candidatos republicanos e comitês do partido levaram a maior parte - cerca de 75,95% - das contribuições de grupos de interesse anti-aborto.
Os PACs são geralmente organizados para arrecadar fundos para candidatos ou causas políticas. Eles são diferentes de grupos externos, como super PACs, que podem receber doações de tamanho ilimitado, mas não podem coordenar diretamente com a campanha.
Até agora neste ciclo eleitoral, PACs e super PACs alinhados com causas anti-aborto arrecadaram 3,54 milhões de dólares, enquanto grupos pelo direito ao aborto arrecadaram 15,3 milhões de dólares, segundo dados da OpenSecrets.
(Reportagem de Stephanie Kelly)
Escrito por Reuters
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