Haddad diz que anunciará ao menos dois nomes da equipe na terça-feira; terá encontros com Guedes e Campos Neto
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BRASÍLIA (Reuters) - Nomeado ministro da Fazenda do governo eleito, o ex-prefeito Fernando Haddad disse que anunciará na terça-feira dois ou três membros de seu futuro time, e reiterou que busca 'pluralidade' na composição da equipe econômica.
Em breve conversa com jornalistas nesta segunda-feira, Haddad disse não ter a intenção de descontinuar projetos do atual governo que sejam importantes para o país, mas frisou que há 'correções de rumo' a serem feitas.
'Não quero uma escola de pensamento econômico comandando a economia, quero que a gente tenha uma pluralidade de vozes na economia', afirmou Haddad na portaria do hotel em que está hospedado em Brasília.
'Eu preciso de gente de todo o tipo. Amanhã eu vou anunciar', acrescentou, depois de dizer que divulgaria pelo menos dois nomes, 'talvez um terceiro a partir de o que hoje à noite vai ser conversado'.
A indicação de Haddad para a Fazenda não foi bem recebida pelo mercado, que desconfia de sua aderência à cartilha da austeridade fiscal, e há uma expectativa de que a equipe possa incluir nomes de perfil mais ortodoxo.
Haddad irá conceder entrevista à imprensa no início da noite de terça. Ao longo do dia ele se reunirá com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo Haddad, a intenção é dar início à transição 'prática', com o levantamento da agenda de todas as secretarias do ministério da Economia e, no caso do BC, com respeito à nova institucionalidade que deu independência à autoridade monetária.
'Aquilo que for importante e aderente ao que a gente pensa vamos tocar', afirmou Haddad.
O futuro ministro, contudo, ressaltou que há correções de rumo para fazer ao afirmar que será importante que as equipes trabalhem de forma integrada --inclusive com o ministério do Planejamento, que será recriado no governo Luiz Inácio Lula da Silva-- para dar celeridade às providências para 'sanar o que estamos herdando'.
Questionado sobre troca de diretores do BC, Haddad disse que seria prematuro falar sobre o assunto e que a ideia é construir com 'muito zelo' a relação com a autarquia, mas lembrou que o governo tem a prerrogativa de eventualmente indicar novo presidente para o banco em dois anos, além de trocar os diretores cujos mandatos expirem.
A lei de autonomia do BC prevê a possibilidade de uma recondução para o presidente e diretores do BC, mas Roberto Campos Neto, que comanda a autarquia, já disse que não aceitaria ser mantido no cargo.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
Escrito por Reuters
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